Após três anos de alta, o abate de bovinos no Brasil registrou queda. Em 2020, em meio à pandemia, foram abatidos 29,7 milhões de cabeças de gado sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal). A queda é de 8,5% em relação a 2019.
Ao longo de 2020, a variação negativa mais intensa foi verificada em abril, quando se deixou de abater 382,6 mil animais. Neste mês, o país começava a sentir os primeiros impactos das medidas de isolamento decretadas por conta da pandemia.
Entre os Estados produtores, a maior queda foi registrada em Mato Grosso: 573,6 mil cabeças a menos. Também aparecem Mato Grosso do Sul (menos 346,1 mil cabeças), Bahia (menos 237,2 mil cabeças) e Goiás (menos 220,3 mil cabeças).
Apesar da queda, Mato Grosso continuou liderando o ranking do abate de bovinos em 2020. O Estado é responsável por 17,1% da participação nacional.
Queda em 2021
Em Mato Grosso, o ano já começou em queda para o setor. De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o abate de bovinos foi já 7,74% menor em janeiro, quando comparado a dezembro do ano passado.
O total de cabeças abatidas no mês passado alcançou 367,21 mil. Desse número, 225,05 mil foram machos e 142,15 mil, fêmeas. Em dezembro, o número total foi de 398,02 mil cabeças abatidas.
“Um dos principais motivos que influenciaram este cenário foi a oferta mais escassa de machos e, para atender à demanda interna e aproveitar a alta na arroba, alguns pecuaristas decidiram continuar descartando suas vacas”, cita o Imea.
A expectativa para o ano apontam desafios, segundo o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Jr. “Acredito num balanço positivo para o setor como um todo, apesar do preço alto dos insumos, principalmente os grãos, que devem continuar a ser impactados pelo clima e pela demanda externa, que segue muito alta”.