Mato Grosso contabilizou 11.700 estagiários em 2021, de acordo com um levantamento realizado pelo Centro de Integração de Empresa-Escola (Ciee). Esse número é o 12º menor dentre todos os Estados.
Em todo o país, o número de estagiários chegou a 707.903 estagiários, sendo que 33,5% desse total, ou seja, 237.049, estavam inscritos pelo Ciee.
O destaque de registros ficou com a região sudeste, que contabilizou 298.492 pessoas inscritas em estágios, seguida do nordeste, com 156.202. O sul do país ficou em terceiro lugar, com 135.424 estagiários. O centro-oeste tinha 72.833 contratos de estágio e a região norte, 44.952, o menor número do Brasil.
Conforme o levantamento do Ciee, o país contava, em 2021, com cerca de um estagiário para cada três estudantes desocupados acima de 16 anos.
Diminuição de contratos
Segundo o a análise, nos últimos seis anos, o Brasil passou por duas diminuições nas contratações dos estagiários. A primeira, em 2016, foi estimulada pelo acúmulo de desequilíbrios econômicos, como o aumento do déficit fiscal, externo e a inflação no teto da meta, associado à crise política e aos desdobramentos da operação Lava-Jato.
Nos anos seguintes, entre 2017 e 2019 houve uma recuperação. Porém, em 2020, por conta da pandemia da covid-19, houve uma nova redução.
Já em 2021, o Ciee, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou um maior dinamismo à expansão do número de estagiários, devido a retomada da atividade econômica e fim do isolamento social, somado à demanda reprimida de consumo das famílias por bens e serviços.
Retorno ao padrão
O documento traz ainda que, em meio ao desempenho positivo da atividade econômica recente, o contingente de estagiários somou 726.610 pessoas no Brasil, no primeiro semestre deste ano. Esse número superou em 18% o registro do mesmo período de 2021.
“A melhora recente no mundo do trabalho brasileiro, com expansão da população ocupada, é fruto de uma volta à normalidade debilitada do pé-pandemia, e não uma mudança em sua dinâmica”, pontua o levantamento.
Crescimento em 2022 e 2023
Para este ano e o próximo, é estimado crescimento do contingente de estagiários em 13,3% e 8,6%, respectivamente. Essa recuperação lembra o cenário visto em 2018 e 2019, quando foi 15,7% e 3,6%.
Essa recuperação, pontua o Ciee, será impulsionada pela base de comparação reduzida quando pela recuperação de setores econômicos intensivos em trabalho, como os serviços às famílias.
O perfil dos estagiários
O levantamento traz ainda um perfil dos estagiários no país, o qual indica que 40% são de família das classes D e E, cuja renda domiciliar mensal é de até R$ 3 mil. A classe C, que tem a renda entre R$ 3 mil e R$ 7,2 mil, concentra 37,7% dos estagiários.
Integrantes das classes A e B, com rendas superiores a R 22 mil e R$ 7,2 mil, respectivamente, apresentam taxas menores de estagiários, sendo 4% e 17,9%.
A maior parte dos contratados, acima de 60%, têm idades entre 20 e 24 anos e o setor privado é o principal responsável por essas contratações, somando mais de 60% dos registros que duraram de um mês a menos de um ano.
As atividades com maior destaque foram as jurídicas, de contabilidade e auditoria, com 56.722 contratos, seguidos das pré-escolas e ensino fundamental, com 56.616 contratações.