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Mapa anuncia plano para acabar com vacinação contra aftosa

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Mapa anuncia plano para acabar com vacinação contra aftosa

 

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 Brasil elabora plano para ser reconhecido como área livre da febre aftosa sem vacinação

Em menos de cinco anos, Mato Grosso deve parar de vacinar o rebanho contra a febre aftosa. O anúncio foi pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa) durante o 44º Encontro da Comissão Sul-americana para luta contra febre aftosa (Cosalfa), em Pirenólis (GO). A medida faz parte de um plano estratégico do governo federal para conquistar novos mercados e prevê a retirada da vacina em todo o território nacional.

Segundo o ministério, a retirada da vacina é importante para que o Brasil continue se destacando no mercado mundial de animais e produtos de origem animal. O diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, explica que, para abertura de novos mercados, será necessária uma mudança qualitativa no status sanitário do país para febre aftosa. “Isso poderá ser alcançado com o reconhecimento de país livre da doença sem vacinação”, explica.

Para isso se tornar realidade, os governos estaduais terão que reforçar os investimentos nos órgãos de defesa e implantar uma série de ações, entre elas, a melhoria no sistema de segurança, com respostas rápidas, diagnóstico ágil e um sistema capaz de conter imediatamente possíveis focos, diz Marques. “É preciso criar e manter condições sustentáveis para garantir o status do Brasil livre da aftosa sem vacinação”.

Previsão

Intitulado de Plano Estratégico do Programa Nacional de Febre Aftosa (PNEFA), foi criado para que o Brasil seja reconhecido internacionalmente como área livre da febre aftosa sem vacinação até 2023. O plano divide o país em cinco blocos, iniciando a retirada da vacina pelas regiões de menor risco. Acre e Rondônia serão os primeiros estados a abandonar as campanhas de vacinação, em 2019. Mato Grosso está inserido no penúltimo bloco ao lado de estados vizinhos como Mato Grosso do Sul e Goiás. Se a estratégia do governo ocorrer conforme o cronograma previsto, em 2021, o Estado que possui o maior rebanho bovino do país deve parar de vacinar seus animais. E, em 2023, passará a ser reconhecido como área livre da doença sem vacinação.

Economia

Para os pecuaristas mato-grossenses, a economia anual com a eliminação da imunização deve ultrapassar os R$ 50 milhões. O superintendente da Acrimat, Francisco Sales de Manzi, ressalta que este não é o motivo para o fim da vacinação, mas sim o fortalecimento da vigilância animal brasileira. “Um país que vacina 100% do rebanho não é um país que não tem a doença”, disse. Para ele, um país livre da aftosa é aquele que ao constatar um foco consegue eliminá-lo com rapidez.

Manzi destaca ainda que o fortalecimento da vigilância servirá também para erradicação de outras doenças como brucelose, turberculose e mormo. “Outra economia quando se tira a vacinação está ligada ao manejo dos animais. Sem a aplicação, é possível evitar abcessos e, consequentemente, evitar queda de rentabilidade”.

Aceitação
Manzi acredita que o produtor já está bem mais convencido quanto à decisão do Mapa e diz ser um caminho sem volta. “Vacinamos por décadas e diminuímos a circulação do vírus a ponto de se pensar em parar de vacinar”. Ele explica que exames são realizados constantemente  e apontam que não há circulação de vírus no país. “O último caso registrado na américa do sul foi em 2006”, lembra.

Ele destaca que as ações do Plano levarão em conta questões logísticas, técnicas e as exportações de carne. “Tudo está sendo pensando para que o país saia o mais fortalecido possível”. 

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