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Maitre deixa grandes buffets para ser autônomo: “eu gosto é do povo”

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Maitre deixa grandes buffets para ser autônomo: “eu gosto é do povo”
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Ele trocou o terno e a gravata por uma camiseta e um avental. O ar condicionado pelo ar fresco. As comidas refinadas por suas próprias “iguarias”. Há cinco anos, o administrador Jerry Gonzales das Neves, de 42 anos, decidiu ser seu próprio chefe e abriu o “Papito Espetos”.

A simpatia e a dedicação do empreendedor deu a ele grandes postos de trabalho ao longo dos anos. Formado em um curso tecnólogo de Alimentos e Bebidas, e em gerenciamento, Jerry trabalhou em grandes buffets, restaurantes e casas noturnas por 15 anos.

No “roll” de empresas, ele cita com orgulho nomes como Café Cancun, antigo recinto da culinária mexicana e referência na vida noturna em Cuiabá. Lá atuou como maitre, uma espécie de um gerente. Ele era responsável pela satisfação dos clientes e coordenação dos garçons.

Com seu nome circulando de forma positiva, ele passou a ser requisitado cada vez mais, diante do surgimento de novas casas e restaurantes. Assim, conseguiu acumular experiência em diversos lugares.

Ao final, os 15 anos de trabalho no ramo lhe renderam, além de muita experiência profissional, conhecimentos para a vida. Ele, por exemplo, passou a falar outros idiomas, como inglês e espanhol.

Empreendedor

Jerry observa que gostava muito do que fazia. No entanto, queria seu próprio negócio. Ele afirma não se arrepender de trocar os restaurantes pela rua. “Eu gosto é do povo”, diz.

Seu negócio funciona ligado a duas rotas. Com uma caçamba em sua motocicleta, ele pode trabalhar onde e quando quiser, apesar de ter um ponto “fixo” próximo a praça Ipiranga, no centro de Cuiabá.

A mobilidade e a informalidade são importantes para que ele consiga um lucro maior no fim do mês, ele revela. Por isso, ele costuma acompanhar quando há eventos na cidade. “A ideia de inventar isso aqui é ir onde o povo está. Onde tem movimento eu vou”, comenta.

Nesses casos, ele deixa de ir para seu ponto fixo e se instala nos arredores dos locais mais movimentados, seja, por exemplo, a Arena Pantanal, ou a porta de uma casa de show. Também foi o caso da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde servidores da educação montaram acampamento, em julho.

Da mesma forma, também não perdeu a oportunidade de colocar sua espetaria móvel no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na tarde do dia 9. É que lá havia assembleia do Sintep, quando decidiram pelo fim da greve.

Em média Jerry prepara 100 espetos para vender. Eles são acompanhados de mandioca, e, quem preferir, pode “empaná-lo” com farinha. Ele também vende sucos, doces, churrasco grego e churrasco pantaneiro. Esse último teve o nome criado por ele, para se referir a linguiça no pão.

Devido ao bom movimento, o profissional contratou uma ajudante. Mariannis González, de 17 anos, é venezuelana. Eles se conheceram quando ela vendia doces na feira do CPA 1. Jerry, então, conversou com os pais da jovem e deu-lhe a oportunidade.

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