Assessoria MP/MT
Uma parte estava vencida e outra armazenada em local inadequado
O segundo dia da “Operação Deriva II”, em Mato Grosso, terminou com a maior apreensão de agrotóxicos já realizada no Estado. Ao todo, foram recolhidos mais de 3 mil litros de defensivos agrícolas. Uma parte estava vencida e outra armazenada em local inadequado. O material foi encontrado em uma propriedade rural localizada na “Colônia Russa”, a 40 quilômetros do município de Primavera do Leste (240 km de Cuiabá).
Até o momento foram aplicados mais de R$ 2 milhões em multas, apenas na área ambiental. Os agrotóxicos foram apreendidos pelo Ibama, Indea e Polícia Militar Ambiental. Uma pessoa foi presa em flagrante.
Na propriedade rural a Anac também interditou duas aeronaves de pulverização agrícola que não possuem licença. No hangar, em Primavera do Leste, outros 4 aviões utilizados para pulverização foram suspensos e estão impedidos de voar, por uma série de irregularidades, entre falta de documentação e problemas estruturais na própria aeronave. Até o momento 12 aviões agrícolas já foram interditados em Mato Grosso.
A “Operação Deriva II”, deflagrada na segunda-feira (20) acontece simultaneamente nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, sob a coordenação dos Ministérios Públicos Estaduais, do Trabalho e Federal. A fiscalização conjunta com a Anac, Ibama, Indea, Polícia Militar Ambiental tem o objetivo de combater irregularidades na aplicação de agrotóxicos por empresas de pulverização agrícola.
Irregularidades
Na propriedade onde aconteceu a apreensão de agrotóxicos a fiscalização encontrou, ainda, um cenário assustador de descarte irregular de embalagens vazias. Dezenas de galões, dos mais variados tipos de agrotóxicos e fertilizantes, estavam amontoados e espalhados a céu aberto em vários pontos da fazenda, próximo de residências, animais e onde há livre trânsito de pessoas, incluindo crianças.
Além disso, a lavagem de máquinas utilizadas para pulverização agrícola é feita sem nenhum tipo de cuidado, colocando em risco a saúde de quem faz o
irregularidades como depósito inadequado de agrotóxicos e o descarte irregular de embalagens de defensivos, que estavam jogadas a céu aberto, em locais inapropriados
manuseio dos equipamentos e contaminando o meio ambiente, já que a água é descartada no local onde é feita a lavagem.
Nos galpões da propriedade os fiscais encontraram inúmeros tipos de defensivos agrícolas, de alta toxidade, vencidos. Alguns estavam com data de validade de 2006, 2011, 2014 e 2015. Muitos encontravam-se com as embalagens violadas e o líquido escorrendo. Os produtos estavam guardados no mesmo local onde é preparada ração animal e armazenamento de grãos da propriedade. Os defensivos agrícolas que não estavam vencidos também eram armazenados sem nenhum tipo de controle, cuidado e segurança, colocando em risco pessoas, animais e o meio ambiente.
“Foram identificadas diversas irregularidades nesta propriedade, incluindo o depósito inadequado de agrotóxicos e o descarte irregular de embalagens de defensivos, que estavam jogadas a céu aberto, em locais inapropriados. Quando você faz o uso deste tipo de material tem que realizar a tríplice lavagem das embalagens e armazená-las em lugar adequado até fazer a entrega nas empresas autorizadas, que fazem a destinação correta do material. Aqui nada disso foi respeitado”, destacou o analista ambiental do Ibama, Edilson Paz Fagundes.
O filho do proprietário da fazenda foi preso em flagrante no momento da fiscalização, ao se apresentar como responsável pelo local.
Prisão
O filho do proprietário da fazenda foi preso em flagrante no momento da fiscalização, ao se apresentar como responsável pelo local. De acordo com o major Daniel Vinícius Salustiano da Silva, do comandando da Polícia Militar Ambiental de Rondonópolis, o fazendeiro foi preso por armazenamento ilegal de agrotóxicos e de embalagens. (Com Assessoria)