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Lúdio diz que dívidas foram pagas pelo PT

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Lúdio diz que dívidas foram pagas pelo PT

Ednilson Aguiar/O Livre

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Lúdio saindo da Defaz, depois de prestar depoimento

O ex-vereador Lúdio Cabral (PT) negou que recursos desviados dos cofres públicos tenham abastecido sua campanha a prefeito de Cuiabá de 2012. Depois de prestar depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), na manhã desta terça-feira (14), Lúdio afirmou que os R$ 2,3 milhões que ficaram em dívidas da sua campanha foram quitadas pelo diretório nacional do PT.

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), cerca de R$ 1,7 milhão de propinas pagas pela empresa Marmeleiro Auto Posto Ltda. durante o ano de 2013 foram usadas para quitar dívidas de campanha de 2012 de Lúdio com o próprio posto. O MPE afirma que o esquema foi arranjado pelo então secretário de Estado de Administração, Francisco Faiad (PMDB), que foi candidato a vice do petista nessa campanha.

“Não tem lógica essa conta. Estávamos até calculando que R$ 1,7 milhão dá mais de 500 mil litros de combustível. A totalidade da dívida da campanha de 2012 de todos os fornecedores foi na ordem R$ 2,3 milhões. Depois da campanha levantamos toda a dívida e contatamos todos os credores e o partido assumiu a dívida. Esses pagamentos foram todos feitos com recursos oriundos do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores”, disse Lúdio à imprensa ao sair da Defaz.

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O petista reclamou ainda de ter sido conduzido coercitivamente para prestar depoimento, em meio aos mandados de prisão da quinta fase da Operação Sodoma. Ele destacou que nenhum dos depoimentos o envolve em qualquer tipo de crime, e que há apenas a citação da dívida de campanha do posto Marmeleiro.

“Vocês da imprensa poderiam comparar o tratamento dado a candidatos a cargo executivo diante de escândalos de corrupção em Mato Grosso para fazer uma analogia do significado de uma condução coercitiva sem qualquer necessidade. Eu poderia ter sido convidado a depor, ser intimado a depor, e prestaria todos os esclarecimentos que prestei. Não havia necessidade de condução coercitiva para tratar desse tema, porque eu sequer sou investigado nessa operação”, declarou.

Outro montante de R$ 916.875,00 também é citado na acusação. O valor teria sido arrecadado no período de setembro a novembro de 2013. De acordo com a decisão da juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, a soma foi destinada à formação de um caixa da futura campanha eleitoral do grupo político de Silval Barbosa no ano de 2014, grupo ao qual pertencia Faiad, que concorreu ao cargo de deputado estadual. Nesta mesma eleição, Lúdio disputou o governo de Mato Grosso.

 

Na tarde desta terça-feira, Lúdio Cabral emitiu nota de esclarecimento sobre o caso. Leia na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

1.   Na manhã desta terça-feira (14/02), fui conduzido coercitivamente pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública para prestar depoimento na condição de informante, não de investigado;

2.   Embora tenha recebido tratamento respeitoso de todos os servidores da Defaz, entendo desnecessária a determinação judicial de condução coercitiva, especialmente porque me apresentaria espontaneamente para prestar esclarecimentos caso fosse intimado;

3.   Não há na investigação qualquer indício que aponte minha participação em desvio de recursos públicos;

4.   Não existiu uma suposta dívida de R$ 1,7 milhão em combustíveis para a campanha à Prefeitura de Cuiabá em 2012 que teria sido paga com recursos públicos desviados;

5.   As dívidas da referida campanha foram devidamente registrados na prestação de contas eleitorais, integralmente assumidas pelo Partido dos Trabalhadores com a anuência dos credores após a campanha, como determina a legislação, e posteriormente quitadas;

6.   Todos os documentos de quitação das dívidas estão nos autos do processo de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral, e estarei requerendo formalmente os mesmos para disponibilização à imprensa.

Cuiabá, 14/02/2016.

Lúdio Cabral

 

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