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Locutor de rodeio Asa Branca morre aos 57 anos

Famoso por entrar na arena junto com o boi, ele travava uma árdua batalha contra o câncer desde 2017

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Locutor de rodeio Asa Branca morre aos 57 anos

O locutor Asa Branca morreu nesta terça-feira (4), aos 57 anos de idade. Ele travava uma árdua batalha contra um câncer na mandíbula.

Asa Branca havia sido internado em São Paulo no dia 25 de janeiro, sentindo muita dor na região em que os tumores se concentravam. Ele já não recebia mais alimentação por sonda desde o dia 2, além de não conseguir reconhecer mais familiares e amigos.

A morte de Asa Branca foi confirmada por sua família por meio de um comunicado enviado à imprensa.

“É com muito pesar que informo a todos o falecimento do nosso querido Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos. Em breve, mais informações”.

Além disso, o comunicado incluiu uma frase do locutor: “Nunca abandone um amigo, independentemente de sua situação”.

Sandra dos Santos, esposa de Asa Branca, contou que ele não conseguia suportar as fortes dores, já que a morfina tinha parado de fazer efeito.

“Às vezes, ele está consciente e, às vezes, bem confuso. Ele não está mais aguentando o sofrimento e já pede para morrer”, ela revelou.

Durante as internações – foram cinco, no total – ele recebeu a visita de famosos como Sergio Reis, Luizão e Geraldo Luis. Também o carinho dos seus seis filhos, inclusive de Lara Lemos, que vive no Estados Unidos e estava há dois anos sem ver o pai.

História

Waldermar Ruy dos Santos teve sua trajetória contata em um documentário. Ele ganhou o apelido Asa Branca porque tinha a mania de agarrar passarinhos.

Nascido em Turiúba, São Paulo, ele perdeu os pais aos 15 anos. O pai cometeu suicídio e a mãe morreu devido à doença de Chagas.

Ele sonhava em ser peão de rodeio e, aos 15, teve a oportunidade de montar um touro em uma competição. Sofreu um acidente e teve o pulmão perfurado pelo chifre do animal, o que interrompeu a carreira.

Porém, foi aí que ele começou a se dedicar à locução profissional. Embarcou para os Estados Unidos, onde viveu ilegalmente, mas aprendeu mais sobre a profissão.

De lá, trouxe um microfone sem fio e passou a usá-lo nas locuções de rodeio, conseguindo injetar grande emoção nas competições.

No auge da carreira, chegou a faturar R$ 300 mil ao mês.

O diferencial era fazer a locução de dentro da arena, a dois metros do boi, o que lhe trouxe rápida fama nacional.

Acabou até mesmo convidado para participar de programas de televisão e fez pontas em novelas, como Mulheres de Areia e O Rei do Gado.

Com uma vida extravagante e repleta de excessos com álcool, drogas, noitadas e  mulheres, o locutor viu seu dinheiro ir embora. Além disso, em 2007, contraiu o vírus HIV.

Em 2013, Asa Branca driblou a morte novamente, após contrair neurocriptococose, popularmente chamada de doença do pombo, que atinge o sistema nervoso.

O diagnóstico do câncer que findou sua vida surgiu em 2017.

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