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Lideranças discutem o papel do ESG nos negócios do Centro Oeste

Idealizado pelo Lide-MT, evento abordou a importância da sustentabilidade socioambiental no mercado global

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Lideranças discutem o papel do ESG nos negócios do Centro Oeste
(Foto: Alair Ribeiro)

Três letras que impactam o mercado global. A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) traz, em seu significado, mais do que a simples tradução “Ambiental, Social e Governança” evidencia. A importância da adoção de boas práticas socioambientais e da sua devida aferição pelas organizações foi o tema central do Fórum Lide-MT ESG.

Realizado nesta terça-feira (19) no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá (MT), o evento colocou em pauta o papel das boas práticas nas atividades empresariais do Centro-Oeste brasileiro, região mundialmente conhecida pela força do agronegócio.

“Vivemos uma fase em que as empresas não são mais medidas pelo seu potencial de risco, mas pelos impactos que provocam. O relatório financeiro mostra o que passou, enquanto o relatório de sustentabilidade mostra o que virá pela frente.” A afirmação, feita pelo CEO da Grape ESG, Ricardo Assumpção, deu o tom do evento, iniciado com uma explanação sobre a adoção de boas práticas socioambientais e seu relevante potencial de geração de valor.

Observando o contexto regional, Assumpção ressaltou que a pressão sobre o agronegócio, mais que tendência, é fato. Fazendo referência às crescentes preferências do mercado mundial por produtos ambiental e socialmente responsáveis, o consultor frisou que “ninguém dorme não sustentável e acorda sustentável”, ponderando que “tornar-se ESG” consiste em um processo, composto por várias etapas e, necessariamente, impulsionado pela inovação.

Clima

Abordando os aspectos climáticos e seus reflexos na agropecuária, a vice-presidente da IPCC (painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima) Thelma Krugg, alertou sobre a tendência do aumento da temperatura, da ocorrência de chuvas extremas e inundações na América do Sul, com destaque para a região em que estão localizados o Centro-Oeste e a bacia amazônica.

“Essas condições influenciam a produção de alimentos, o que é extremamente relevante – e preocupante – para o agronegócio”, observou a pesquisadora, acrescentando que empresas que não valorizarem o aspecto ambiental perderão competitividade.

Cenário

No período pandêmico, em que as fragilidades dos mais diversos setores econômicos foram potencializadas e expostas, o agronegócio brasileiro, em contraste com a indústria, o comércio e os serviços, demonstrou grande resiliência, garantindo um saldo comercial estrutural para a economia do país.

“Neste contexto, é importante considerarmos que, mesmo sendo forte, o agronegócio poder sofrer impactos negativos se não priorizar o fator sustentabilidade”, pontuou o economista Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas e fundador da GO Associados. “Temos tido uma postura relativamente tímida no cenário ambiental. Podemos ser um país de vanguarda da redução da emissão de carbono, por exemplo, atendendo aos melhores padrões ambientais”, acrescentou.

(Foto: Alair Ribeiro)

Infraestrutura

Ao analisar o panorama regional, vislumbrando suas oportunidades de avanço do contexto do ESG, Oliveira ponderou que, para sair do crescimento relativamente baixo previsto para 2022 (entre 1,5 e 2%), dois vetores são essenciais: a infraestrutura e a economia verde. No que se refere à infraestrutura, ele lembrou que a implantação da Ferrogrão representará um importante avanço para Mato Grosso.

“Mais de 60% do transporte de cargas no Brasil é feito por rodovias. Os modais precisam ser mais equilibrados.”

Em outra ponta, o economista falou da importância do Marco Nacional do Saneamento Básico, que resultará em conquistas sociais e ambientais, lembrando que a capital mato-grossense figura, atualmente, no rol de cidades brasileiras com o maior volume em investimentos na expansão dos serviços de água e esgoto.

“Neste sentido, saneamento é o social (S) e o ambiental (E) de mãos dadas”, arrematou Thelma Krugg.

“Nosso objetivo aqui é mostrar que o ESG é mensurável e pode, sim, gerar valor para os negócios. Atuar em conformidade com a sustentabilidade socioambiental abre mercado e contribui com a rentabilidade e a perpetuidade das organizações”, declarou Evandro César Alexandre do Santos, presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide-MT), idealizador do evento. “Sustentabilidade é uma missão de cada um, que tem a ver com o respeito e o amor à vida e ao planeta”, complementou Ione Anderson, diretora de operações da Grape ESG.  

Parceiros pelo ESG – Realizado pelo Lide-MT, Energisa, Sistema Famato e Grape ESG, o Fórum contou com o patrocínio da Iguá Saneamento, Grupo Canopus e Solar Coca-Cola, tendo parceria de mídia com a TV Centro América, RCE Digital, O Livre e Íntegra Comunicação Estratégica.

(Da Assessoria)

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