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Líder defende que governo use Fethab na saúde e compense com empréstimos

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Líder defende que governo use Fethab na saúde e compense com empréstimos

Ednilson Aguiar/O Livre

Estadual Dilmar Dal Bosco

O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco, líder do governo no Legislativo

Apesar de ser produtor rural e representante do agronegócio, o líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilmar Dal’Bosco (DEM), defende que o governo use parte dos recursos do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) para socorrer a saúde em Mato Grosso. Ele se mostra dividido com a situação, mas argumenta que o governo não tem outra fonte de recursos à qual recorrer neste momento de crise.

O Fethab deve arrecadar este ano R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 730 milhões vêm da taxação das commodities – soja, algodão, madeira e gado – e são destinados ao governo estadual para investir em infraestrutura. A dívida do governo com as unidades de saúde chegou a R$ 162 milhões na semana passada, e está sendo quitada gradativamente com recursos da folha de pagamento.

“O único recurso novo que temos é o Fethab”, afirmou Dal’Bosco. “Eu também sou agricultor. No ano passado, já dobrou o valor que pagamos de Fethab. É difícil hoje tomar uma decisão. O problema é que só temos essa fonte. Tem que fazer uma grande reflexão.”

“Eu também sou agricultor. No ano passado, dobrou o valor que pagamos de Fethab. É difícil hoje tomar uma decisão”

A retirada de recursos destinados à infraestrutura enfrenta resistência do setor produtivo, que já emitiu nota contra a possibilidade, por meio do Fórum Agro.

Dal’Bosco acredita que o governo pode convencer os produtores se demonstrar que vai investir na malha viária de outra forma. Ele citou o empréstimo de R$ 600 milhões autorizado pela União no início de maio que será usado para construir 105 pontes de concreto e recuperar rodovias.

“O governo está colocando R$ 600 milhões para melhorar a malha viária. No meu ponto de vista, falta um pouco de diálogo. Talvez mostrar que esses R$ 600 milhões servem para isso ou de onde vamos buscar recursos para as obras. O governo tem que mostrar uma proposta”, disse.

O agro e os prefeitos
A proposta de compensação do uso do Fethab para ajudar a saúde já havia sido defendida pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na semana passada. Para o ministro, nenhuma medida que retire recursos do Fethab pode ser tomada sem consentimento dos setores afetados.

“Eu entendo que, se o governo tomar um dinheiro emprestado e usar para construir a estrada, e pagar isso ao longo de vários anos, poderia, sim, tirar o dinheiro do Fethab e usar na saúde, que é um dinheiro à vista”, disse Maggi ao LIVRE.

Já o vice-governador Carlos Fávaro (PSD), que também é produtor e já foi presidente da Aprosoja, se coloca ao lado do agronegócio, contra o uso do Fethab Commodities. Ele defende que a ajuda à saúde seja retirada do montante que vem da taxação do óleo diesel – são cerca de R$ 560 milhões, dos quais R$ 232 milhões vão para os 141 municípios realizarem obras de infraestrutura. Do outro lado, a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) é contra retirar recursos da fatia dos municípios.

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