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Lição da Copa

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Lição da Copa
(Foto: Henry Romero/Reuters/Agência Brasil)

Na conversa com o filho e o sobrinho, percebeu que tiraram uma lição da Copa. Não estavam encantados com os jogadores do Brasil, que pareciam mais preocupados com a imagem do que com o jogo. Nenhum deles queria copiar o cabelo dos atletas tupiniquins. Menos ainda, imitar uma de suas tatuagens.

[featured_paragraph]Ela se considerava moderna, mas achava que os jogadores brasileiros estavam exagerando. “Menos vaidade, mais futebol”, era o que diria a eles se tivesse a oportunidade. Ela não entendia de futebol, mas era craque em detectar exibicionismo. E só de olhar para eles, sentia que estava diante de um grupo de exibicionistas.[/featured_paragraph]

Mas não fora isso o que conversaram. Não criticaram os brasileiros, apenas falaram de outros nomes que conheceram melhor durante a competição.

Seus meninos estavam encantados com Kylian Mbapee, o jogador francês que, aos 19 anos, já conquistara uma legião de fãs. Sua mensagem? Além da humildade notável, o jovem atleta doou todo salário que ganhou para jogar na Copa. “Não preciso de salário para defender meu país”, disse Mbppe.

Queria ouvir algum dia algum atleta brasileiro do futebol com tamanha consciência.

Também ficaram tocados pela história de Romelu Lukaku, o artilheiro da Bélgica, que decidiu que se tornaria jogador de futebol aos 6 anos de idade, quando viu a mãe misturar água ao leite porque não tinha mais dinheiro para comprar o alimento. “Bebi o leite e não disse uma palavra, não queria deixá-la preocupada, mas naquele momento fiz uma promessa: ia ser jogador profissional de Anderlecht”. Aos 16 anos, cumpriu a promessa e assinou contrato com um clube. Hoje, aos 25 anos, ainda não esqueceu de sua origem.

A Copa, afinal, ensinou uma lição. Viu o quanto faltavam ídolos certos no futebol de seu País. Não heróis que lançassem moda de cabelo ou exibissem o carro mais caro do mundo. Sentia falta de ídolos com conteúdo, que trouxessem a mensagem de que o estrelato não significa só mostrar o quanto o dinheiro pode comprar. Acreditava que o talento trazia responsabilidade. E não estava encontrando isso nos jogadores brasileiros.

Não sabia se as mensagens chegariam aos jovens brasileiros. Esperava que sim. Mas ficou feliz porque o filho e o sobrinho estavam olhando na direção certa. Torcia para que seguissem assim e continuassem a buscar o exemplo certo. No futebol e na vida.

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