Ednilson Aguiar/O Livre
Ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Lesco
A Justiça Federal ouviu nesta semana os coronéis Evandro Ferraz Lesco e Zaqueu Barbosa no caso dos grampos telefônicos conhecidos como “barriga de aluguel”. Zaqueu foi ouvido na última quarta-feira, 27, enquanto Lesco passou por audiência na tarde desta quinta-feira, 28. Ele foi ouvido por cerca de duas horas.
Os dois militares estão atualmente presos e foram conduzidos por agentes da Polícia Federal.
O processo está sob relatoria do ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell Marques e investiga a possível participação do governador Pedro Taques (PSDB) nos grampos. O governador afirma que o inquérito foi aberto a pedido dele pelo STJ – Taques alega que o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, não teria competência para continuar com seis inquéritos dos grampos atualmente sob sua relatoria.
Na quarta-feira, a Polícia Civil deflagrou a Operação Esdras. Foram presos o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira, e o secretário afastado de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Além deles foram presos o ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e Lesco, que é ex-secretário da Casa Militar – ambos pela segunda vez no caso.
Também foram presos a esposa de Lesco, Helen Chirsty Carvalho Dias Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major Michel Ferronato e o empresário José Marilson da Silva.
O advogado Marciano Xavier das Neves teve um pedido de prisão transformado em medidas cautelares – uso de tornozeleira eletrônica.
Zaqueu foi preso em junho no mesmo dia em que o cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior também foi detido.
Os grampos vieram à tona por meio de uma denúncia dos promotores Mauro Zaque Jesus e Fábio Galindo, que à época dos fatos ocupavam o cargo de secretário e adjunto da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Números telefônicos da deputada estadual Janaina Riva (PMDB), do jornalista José Marcondes “Muvuca”, dos advogados José do Patrocínio e José Antonio Rosa, do desembargador aposentado José Ferreira Leite, do ex-vereador Clovito Hugueney (falecido), entre outros, teriam sido interceptados ilegalmente. O esquema, conhecido como barriga de aluguel, teria começado nas eleições de 2014 e continuado em 2015. A Operação Esdras foi deflagrada contra suspeitos de tentar obstruir as investigações dos grampos.