O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi notificado na terça-feira (20) a comparecer ao Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS). Na sexta-feira (23), Arcanjo cumpriu o determinado pelo juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues e compareceu à 2ª Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça para prestar informações.
As sessões com atendimento psicológico fazem parte das medidas às quais o ex-bicheiro foi submetido para que cumpra o restante de sua pena em prisão domiciliar.
“Em sintonia com o parecer ministerial de fls. 1570/1573 e ante a comprovação de exercício de atividade lícita, notifique-se o penitente para dar cumprimento ao item 11, do termo de audiência admonitória (comparecimento ao CAPS)”, dizia a decisão do dia 20 de março.
João Arcanjo conseguiu sua liberdade em 26 de fevereiro deste ano. Para conseguir a progressão de regime, Arcanjo passou por uma avaliação que concluiu que a probabilidade de que ele venha a cometer novos crimes é baixa.
O ex-bicheiro ficou 14 anos e 10 meses preso, tendo passado pelo Sistema Penitenciário Federal e pela Penitenciária Central do Estado (PCE).
Outras condições para passar ao semiaberto, incluem carteira de trabalho devidamente assinada ou contrato por tempo determinado com a Fundação Nova Chance.
“Atender com rapidez e boa vontade as intimações das autoridades judiciárias e do sistema penitenciário, bem como, deve fornecer todas as informações requisitadas pelos órgãos de fiscalização destas condições, além de transitar portando documento de identidade e cópia desta decisão para exibi-los quando solicitado”, escreveu o juiz na decisão que mandou Arcanjo de volta para casa.
João Arcanjo Ribeiro já foi considerado o principal líder do crime organizado em Mato Grosso, especialmente durantes a década de 1990 e o início dos anos 2000. Por meio do jogo do bicho e outros crimes, o ex-bicheiro lavava e emprestava dinheiro a diversos figurões, incluindo políticos.
Conhecido comendador, Arcanjo foi condenado pela morte do jornalista Sávio Brandão, então dono do jornal Folha do Estado. Assassinado a tiros em frente ao prédio que se tornaria sede da publicação, o jornalista teria sido alvo de Arcanjo por causa de reportagens denunciando suas atividades ilegais.