O juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, autorizou que a empresa Hospital Jardim Cuiabá retire documentos de dentro das dependências do hospital. Na tarde desta quinta-feira (19), a tentativa de retirada dos papéis gerou confusão entre diretores do hospital e membros do grupo Importadora e Exportadora Jardim Cuiabá Ltda, que ganhou na Justiça o direito de administrar a unidade.

A empresa arrendatária, que tem até hoje para deixar a administração, é de propriedade dos médicos Arilson Arruda e Fares Hamed Abouzeid Fares.

O juiz reiterou que proibiu apenas a retirada de “bens corpóreos, dentre eles quaisquer equipamentos/utensílios considerados úteis e necessários para continuidade na prestação dos serviços e atividades hospitalares”.

Na decisão, Yale criticou a demora para que a diretoria do Jardim Cuiabá iniciasse a retirada de seus bens do local. A decisão que havia determinado a saída da empresa foi dada há cerca um mês, com prazo final para esta quinta-feira.

“Os litigantes tiveram 30 (trinta) dias para realizarem a transição da administração do Hospital e durante esse ínterim, pasmem, somente agora, nas últimas horas de esgotar o prazo para cumprimento é que iniciaram os trabalhos de encerramento de suas atividades”, disse.

Entre os documentos, a empresa afirmou que estavam sendo retirados apenas documentos pessoais dos sócios como “declaração de imposto de renda pessoa física, fotos pessoais e de seus familiares, quadros, etc”.

O magistrado ainda registrou que não autorizou qualquer uso de força policial nem arrombamento para a retirada da empresa do local. Yale Mendes sugeriu que os diretores do Hospital Jardim Cuiabá procurem a Corregedoria da Polícia Militar para apurar a conduta dos policiais que estiveram no hospital.

Entenda o caso
No início deste mês, a direção atual chegou a anunciar o fechamento da unidade, mas um grupo de 12 médicos sócios majoritários e proprietários da estrutura hospitalar emitiu uma nota afirmando que irão assumir a gestão e que o hospital não seria fechado.

O contrato de arrendamento com a atual gestora do hospital, que já durava 15 anos, foi rescindido por ordem judicial. Com isso, a atual administração precisa deixar o cargo até hoje (19 de abril).

“A Justiça Estadual, com base nos fartos elementos de prova constantes dos autos do processo, entendeu que a disposição patrimonial praticada pela atual gestão, sem a devida autorização da referida sociedade médica, colocaria em risco a prestação dos serviços em favor da sociedade mato-grossense”, consta na nota dos donos do empreendimento.

Porém, segundo o grupo de médicos, ao contrário do que foi divulgado em nota pela atual gestão do hospital, a rescisão não deverá ameaçar em nada o atendimento dos mais de 6 mil pacientes do Jardim Cuiabá, tampouco atingirá aos funcionários.

O grupo disse ter plenas condições de reassumir a gestão da unidade hospitalar, inclusive tendo os documentos para o funcionamento.

“O compromisso da nova gestão é o de manter integralmente a estrutura do hospital com todos os equipamentos atualmente existentes e preservar a relação com os fornecedores. Logo, não haverá risco de interrupção dos serviços de saúde ofertados à população”, afirmaram.

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