Sobrevivente da Segunda Grande Guerra e dos horrores do nazismo, o polonês Júlio Gartner morreu aos 94 anos de idade no domingo (11), em sua residência no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Júlio nasceu em 1924 na Polônia e foi capturado na Cracóvia, durante o ataque dos soldados nazistas alemães.
De origem judia, Júlio passou por cinco campos de concentração em diferentes lugares da Europa e conseguiu sobreviver a todos, mas seus pais foram mortos logo no início da guerra.
Júlio e seu irmão foram capturados por tropas nazistas durante o evento que entraria para história como “a Noite dos Cristais”, em que judeus foram roubados e presos por forças militares e paramilitares.
Com a prisão, Júlio foi levado para o campo de Plaszów, onde ficou por meses e depois foi transferido para Auschwitz, o mais temido campo de extermínio da Alemanha Nazista. Antes do fim da guerra, em 1945, ele ainda passou por três campos na Áustria: Mauthausen, Melk e Ebensee.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e pesando menos de 35 quilos, Júlio conseguiu fugir para a Itália, de onde, mais tarde, embarcou em um navio de imigrantes italianos para o Brasil. Aqui, conseguiu encontrar o irmão que havia fugido antes do fim da guerra.
Júlio viveu mais de 70 anos no Brasil, casou-se, teve dois filhos e quatro netos. Foi tecelão e dono de loja até o dia em que morreu.
Na segunda-feira (12), familiares de Júlio receberam uma homenagem no Memorial da Imigração Judaica, em São Paulo.