A educação profissional e técnica viabiliza mais oportunidades de evolução de carreira para os jovens, em relação a quem concluiu apenas o ensino médio. A conclusão consta na pesquisa “Inclusão produtiva de jovens com Ensino Médio e Técnico: experiências de quem contrata”, uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, Itaú Educação e Trabalho e Fundação Arymax.
A pesquisa contatou mais de 800 empresas e ouviu gestores de RH de todo o país.
Os dados mostram que 42% das empresas entrevistadas informaram que os jovens com formação técnica permanecem na empresa e evoluem de cargo, e 61% delas têm algum gestor que entrou na empresa como um jovem com formação técnica em nível médio.
O estudo mostra, também, que, apesar da perspectiva positiva no mundo do trabalho para os jovens com ensino técnico, a contratação desses profissionais é ainda um desafio para as empresas.
- Quatro em cada 10 empresas consideram a contratação de jovens com ensino médio/técnico difícil;
- 71% declaram que usam o mesmo tipo de processo seletivo para diferentes níveis de profissionais (ensino médio, técnico, superior);
- 52% respondeu que considera a experiência na função como a competência mais importante na contratação;
- Seis em cada 10 empresas dizem que ter feito curso técnico é um diferencial para selecionar um jovem funcionário;
- A falta de qualificações técnicas e de experiência é a principal dificuldade para a contratação de jovens, seguida de competências socioemocionais aquém do esperado.
Outro importante alerta da pesquisa é a forma das empresas chegarem aos jovens para a contratação. 45% delas dizem preferir as “indicações” e 22% os “sites de vagas”.
Desta forma, a rede de relacionamentos interpessoais se coloca como um relevante meio para obter oportunidades de trabalho para os jovens, o que representa um grande obstáculo para inserção no mundo do trabalho para aqueles com maior vulnerabilidade social.
Parte do setor produtivo também se mostra aberto a contribuir com a formação dos jovens, já que 53% das empresas declararam que poderiam oferecer formação prática para alunos de ensino médio/técnico, ou por meio de formações ou vagas de estágio ou aprendizagem (48%).
Outros destaques da pesquisa
- Jovens de 18 a 27 anos com ensino técnico completo têm mais chances de terem ocupações profissionais (81,1%) e de contribuir com a previdência (72,7%) do que aqueles que têm somente o ensino médio completo (76,8% e 62,5%, respectivamente);
- Metade dos jovens com nível médio completo trabalham no comércio ou em serviços de menor valor agregado. O ensino técnico aumenta a inserção em serviços mais “sofisticados”, como a área de tecnologia;
- As oportunidades de emprego formal são maiores para jovens com ensino técnico completo (59%) do que para os jovens que possuem apenas o ensino médio completo (51,4%);
- Na contratação de profissionais, as empresas declaram que valorizam mais as habilidades comportamentais (chamadas de soft skills), mesmo que o jovem precise melhorar o conhecimento específico para a função. Em seguida, aparecem as competências técnicas. O diploma de curso técnico, no entanto, foi sinalizado como principal diferencial ao avaliar currículos para cargos de nível médio e/ou técnico, principalmente entre as grandes empresas;
- A pesquisa mostra o desafio da formação profissional no mundo do trabalho, já que a falta de qualificações técnicas é a principal dificuldade encontrada pelas empresas ao contratar para cargos médios/técnicos;
- Em termos de carreira, para 43% das empresas os jovens com formação técnica permanecem e evoluem no cargo. Entre as empresas de maior porte é mais frequente essa evolução.
(Da Assessoria)