A jornalista Luciana Laura da Conceição e Silva, 42 anos, servidora da Câmara de Vereadores de Várzea Grande, registrou um boletim de ocorrência contra o vereador Cleyton Nasarden Guerra Sardinha (PTB), acusando-o de ameaça e assédio moral. Dentre as acusações da jornalista está que o vereador teria chamado o “povo” de burro e exigiu ser chamado de “excelência”.
Conforme o boletim de ocorrência, tudo começou durante uma sessão ordinária na Câmara Municipal de Várzea Grande na última terça-feira (26). Na tribuna, o vereador Sardinha teria falado que esteve na prefeitura em reunião com a prefeita Lucimar Campos e, com tom de voz alterado, teria reclamado que a assessoria de imprensa da Câmara não divulgou o encontro.
Logo depois, o vereador foi até a sala de imprensa, onde estava o presidente da Câmara de Várzea Grande, o vereador Chico Curvo (PSD). A jornalista então afirmou que não teria sido comunicada sobre a reunião do vereador Sardinha com a prefeita e que a pauta deveria ter sido entregue ao setor de imprensa com antecedência.
Nesse momento, segundo a jornalista Luciana, o vereador Sardinha se exaltou, colocou o dedo próximo ao rosto dela, disse que os jornalistas do setor são incompetentes e que “o vereador que ali mandava era ele, por ser vereador, e que a comunicante [jornalista] deveria chamá-lo de excelência”, consta no boletim de ocorrência.
A jornalista disse aos policiais que respondeu a Sardinha dizendo que quem mandava em sua sala era ela e que “ele não seria excelência, mas ‘senhor’”.
O vereador passou então a reclamar do trabalho da jornalista, dizendo que a forma como ela escrevia sobre as indicações dos vereadores fazia parecer que as obras já estavam em execução. “O vereador disse que o povo é burro mesmo, por não entender o significado da palavra deferimento”, diz trecho do boletim.
Luciana diz que entrou em defesa da população, dizendo que o povo não é “burro” e afirmando que podia até ser que houvesse algumas pessoas sem estudo, mas não burras.
Sardinha então teria se irritado ainda mais e a jornalista afirmou ter sentido medo de apanhar do parlamentar. Depois disso, o vereador teria virado as costas e começou a falar alto no corredor da Câmara.
A jornalista afirmou estar registrando a ocorrência para que as pessoas vissem como ela, “uma profissional e mulher”, foi tratada e também a forma como o vereador supostamente trata o povo. Ela afirmou ter se sentido ofendida, visto que faz parte do povo.
Ela contou que “depois, o vereador Sardinha disse para a comunicante que ficasse em casa e fizesse ofícios domésticos”, e que “o vereador ainda disse à comunicante que vai pegar no pé e vai continuar expondo-a na Tribuna”, finalizou a jornalista em sua denúncia na delegacia.
