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Jardim das Américas: sem segurança para morar, casas dão lugar a comércios

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Jardim das Américas: sem segurança para morar, casas dão lugar a comércios
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Não é de hoje, a falta de segurança vem empurrando os moradores dos bairros de alto padrão de Cuiabá para prédios e condomínios fechados.

Em muitos bairros, hoje, o único destino viável para casarões e minimansões é transformá-los em imóveis comerciais.

Uma opção, no entanto, em que são “felizes apenas os proprietários de casas bem localizadas”, afirma a consultora de imóveis Eveline Andrade.

Hoje passam por esta situação o Goiabeiras, Santa Rosa e Jardim das Américas, um dos últimos a atrair um interesse maior do empresariado.

Segundo a consultora, que atua na região do Jardim das Américas, onde fica o LIVRE, muitas casas foram assaltadas e o alto índice de crimes aterrorizou os moradores.

“Tem cliente que chegou aqui pedindo uma casa em condomínio fechado urgentemente, porque não queria ficar nem mais um dia onde estava”.

Além da insegurança, pesa na decisão a situação atual das famílias. Muitas unidades foram construídas para muitas pessoas (pais, avós e filhos), mas, com o tempo, cada um tomou um rumo.

Resultado: um casarão para ser compartilhado por um casal de idosos.

Tudo isso sem considerar os gastos expressivos com manutenção de casa e limpeza. “Temos um imóvel à venda há cinco anos, por esse motivo”.

Quando questionada sobre o que leva uma casa a ficar mais de um ano sem interessados, a consultora resume a uma palavra: localização.

As unidades que ficam no meio do bairro e no meio do quarteirão são mais difíceis. No caso do Jardim das Américas, os melhores pontos seriam no entorno da Padaria América.

”Quem vai abrir um negócio precisa estar perto das avenidas e também de ponto de ônibus. Se não estiver, é complicado até para manter os colaboradores”.

Uma saída não significa bom negócio

Para os observadores, os casarões do Jardim das Américas custam uma fortuna. Mas os profissionais que trabalham diretamente com o ramo acreditam que não.

Antes do “boom” comercial, o metro quadrado no bairro custava em média R$ 4 mil e, agora, não ultrapassa os R$ 2,8 mil.

Consultora de Imóveis Eveline Andrade diz que casas perto das avenidas são facilmente vendidos. (Ednilson Aguiar/ O Livre

Isso acontece porque, fora a opção comercial, a finalidade residencial não é propícia. Principalmente porque os valores cobrados são os mesmos de casas menores, modernas e em condomínios fechados. “O cliente sempre opta por mais segurança”.

O que não é símbolo de lucratividade para o proprietário, torna-se bom negócio aos empresários, já que os espaços comerciais tendem a ser ampliados.

“Os condomínios e prédios de luxo estão no entorno e estas pessoas não querem se locomover para longas distância. Querem resolver tudo rapidamente e sem aquela loucura para estacionar. Área ideal para várias atividades”.

Quem está aqui, está feliz

A esteticista Andressa Cabral mudou-se  para o Jardim das Américas para melhor atender os clientes. Ela estava no bairro Boa Esperança, mas disse que no local não havia espaço para estacionar.

Já no Jardim das Américas ela encontrou um local com estacionamento bem à frente.

Andressa Cabral tem uma estética e mudou o negócio para o Jardim das Américas. (Ednilson Aguiar/ O Livre)

Também pesou na decisão a localização. “Hoje minhas clientes estão nos condomínios Alphaville 1 e 2, Belvedere e nos prédios do entorno do Jardim das Américas. Tenho cliente que chega a pé”.

A profissional explica que a mudança de endereço não representou impacto nas despesas. Enquanto pesquisava os pontos, percebeu que os alugueis no bairro variam entre R$ 2,5 e R$ 5 mil, conforme o espaço e a estrutura da construção.

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