Ezequiel Fonseca foi flagrado recebendo dinheiro vivo, supostamente de propina, enquanto era deputado estadual
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, instaurou um inquérito para investigar o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP-MT), o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), os deputados estaduais Zeca Viana (PDT), Nininho (PSD) e Wancley Carvalho (PV), além do ex-deputado e atual prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB).
Os políticos são investigados por crimes contra a administração pública.
Todos eles foram citados pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) em sua delação premiada fechada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). As informações prestadas por Silval à Justiça dizem respeito à Operação Ararath – ele narrou 56 crimes realizados entre 2006 e 2014 na administração estadual. Eles negam participação nos crimes citados pelo ex-governador.
Sob relatoria do ministro Luiz Fux no Superior Tribunal Federal (STF), a ação investiga “crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral”, enquadrados pela lei como “peculato”.
Na delação, Silval afirma que durante seu governo e a gestão do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), os deputados estaduais recebiam valores ilegais, o chamado mensalinho, para manter o apoio aos projetos do governo na Assembleia Legislativa.
Vídeos gravados pelo ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio Cézsar Corrêa de Araújo, mostram parte dos deputados recebendo maços de dinheiro que eram supostamente relativos ao mensalinho.
Entre os investigados no STF, o deputado Zeca Viana é o único da legislatura anterior que Silval afirma não ter recebido, mas apenas solicitado, os valores ilegais. Eduardo Botelho se elegeu apenas em 2014, mas Silval cita supostos crimes do atual deputado, como o pagamento de R$ 1 milhão em propina para que uma empresa de sua propriedade, a Construtora Nhambiquara Ltda, recebesse contratos do programa MT Integrado.
