Crônicas Policiais

Irritado com prisão de esposa, homem ameaça juiz e acaba preso

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Irritado com prisão de esposa, homem ameaça juiz e acaba preso
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Um homem foi preso em flagrante nessa quinta-feira (09) acusado de ameaçar o juiz Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara criminal (Vara Especializada do Crime Organizado), por ele ter decretado a prisão de sua esposa e a apreensão de veículos.

A prisão da esposa, Keyla Regina Balduino, aconteceu na Operação Red Money, que teve 233 ordens judiciais decretadas pelo magistrado Marcos Faleiros. O suspeito, Rafael Dhiego Gorget, Camargo foi preso no Fórum de Cuiabá, quando acompanhava audiência da esposa.

A Operação Red Money foi deflagrada na quarta-feira (08) com a intenção de desmantelar e descapitalizar a principal facção criminosa de Mato Grosso, o Comando Vermelho.

Segundo as investigações da Polícia Civil, logo depois da deflagração da operação, Rafael Dhiego Gorget Camargo teria ligado para uma pessoa próxima ao juiz Marcos Faleiro fazendo uma série de ameaças. Durante a ligação o suspeito teria dito que algo grave aconteceria ao magistrado caso a prisão preventiva de Keyla Regina não fosse revogada.

Em meio às ameças, o suspeito reconheceu ter responsabilidade sobre os crimes imputados à sua esposa, demonstrando, segundo a polícia, ocupar posição de destaque na organização criminosa investigada na operação Red Money.

Rafael faz uso de tornozeleira eletrônica e, agora, será indiciado por integrar organização criminosa e ameaça. Depois de ser autuado em flagrante, ele foi encaminhado para audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.

A Operação

A operação Red Money foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, sob a coordenação da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com o objetivo de desestruturar a base financeira da principal facção criminosa de Mato Grosso, cujas lideranças estão presas na Penitenciária Central do Estado.

Foram decretados 94 mandados de prisão (30 alvos estão dentro de presídios), 59 mandados de busca e apreensão e 80 ordens judiciais de bloqueio de contas correntes, e outras medidas cautelares de sequestro de bens e valores (1 fazenda no município de Salto do Céu, 2 casas e 1 terreno em Cuiabá, 2 caminhões e 5 automóveis), interdição de duas empresas. As ordens foram deferidas pelo juiz de direito Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal – Vara Especializada do Crime Organizado.

A investigação, iniciada há mais de 15 meses, teve como foco a apreensão de patrimônio e descapitalização da facção criminosa. Segundo a apuração, a organização desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio, criando assim um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, parentes de presos, entre outros.

Por meses, os analistas estudaram o sistema de arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais de recursos: 1. Mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”; 2. Cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”; e 3. Cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).

(Com Assessoria)

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