O Brasil vai passar a exportar gado vivo ao Irã após conquistar a aprovação do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) para esses embarques. O documento, atestando a aprovação, foi encaminhado nesta segunda-feira (22) pela Organização Veterinária do Irã ao Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Esse é mais um importante mercado que deverá fomentar a pecuária do país que detém o segundo maior rebanho do mundo, ficando atrás apenas da Índia. Por ano, a estimativa no setor produtivo é de que o mercado iraniano tem potencial para adquirir anualmente 100 mil cabeças de bovinos do Brasil, com a perspectiva de expansão a médio prazo, na medida em que avancem as relações comerciais.
De 2010 a 2017, a exportação de gado vivo gerou US$ 3,7 bilhões em divisas para o país, sendo US$ 276 milhões só no último ano. Nos primeiros sete meses desse ano, os embarques já somavam US$ 301 milhões.
Novos Mercados
Segundo o diretor do DSA, Guilherme Marques, os próximos países que poderão comprar bovinos do Brasil são a Tailândia e a Indonésia. Para ele, os constantes acessos a novos mercados à exportação de gado brasileiro, impulsionaram a abertura do mercado iraniano. “A diversificação dos mercados é favorável aos produtores e pode propiciar a negociação de outras commodities”, lembrou.
Marques destacou que os sucessivos reconhecimentos sanitários obtidos nos últimos anos junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foram essenciais para a conquista do mercado iraniano. Entre eles está o reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa com vacinação (Santa Catarina é livre sem vacinação) e de pleuropneumonia contagiosa, e de risco insignificante para o Mal da Vaca Louca (EBB).
Conforme Marques, as tratativas entre o Departamento de Saúde Animal e os iranianos vinham sendo mantidas desde final de 2014, tendo em vista que são consideradas “complexas”.
Ele lembrou ainda que a exportação de gado vivo é uma atividade praticada apenas por países que possuem rígido controle sanitário dos seus rebanhos, e representa canal de escoamento da produção para o produtor rural, conforme o diretor.
“A atividade contribui para a melhoria da rentabilidade do pecuarista, que consegue melhorar a sanidade dos seus animais, os protocolos nutricionais e a gestão da propriedade, gerando empregos e receita cambial”, disse.