O presidente do Irã, Hassan Rouhani, admitiu neste sábado (11) que o avião ucraniano que caiu na capital do Irã logo após a decolagem foi, na verdade, abatido pelo seu governo. Segundo ele, a aeronave foi confundida com um míssil.
O Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, decolou na quarta-feira (8) de Teerão e tinha como destino Kiev. Entre tripulantes e passageiros, 176 pessoas estavam a bordo. Ninguém sobreviveu.
De acordo com o presidente do Irã, um inquérito das forças armadas do país concluiu que mísseis foram lançados contra o avião. O pronunciamento ocorreu via Twitter.
Afirmando lamentar profundamente, ele classificou a ação como uma “grande tragédia e um erro imperdoável”.
Armed Forces’ internal investigation has concluded that regrettably missiles fired due to human error caused the horrific crash of the Ukrainian plane & death of 176 innocent people.
Investigations continue to identify & prosecute this great tragedy & unforgivable mistake. #PS752— Hassan Rouhani (@HassanRouhani) 11 de janeiro de 2020
“As investigações continuam para identificar e levar à justiça” os responsáveis, acrescentou.
Em um segundo tweet, Rouhani diz: “meus pensamentos e orações vão para todas as famílias de luto. Ofereço as minhas mais sinceras condolências”.
Erro humano
O Estado-maior das forças armadas do Irã garantiu que “o responsável” pela tragédia será imediatamente apresentado à Justiça militar.
Mais cedo, a televisão estatal iraniana difundiu uma declaração militar que atribuía o abate da aeronave a um erro. A falha teria sido causada pelo fato de o avião ucraniano ter voado perto de “um centro militar sensível” da Guarda Revolucionária.
As tensões entre o país e os Estados Unidos teriam colaborado para a falha humana. “Nestas condições, devido a um erro humano e de uma forma não intencional, o avião foi atingido”.
Responsável da divisão aérea das forças armadas iranianas, Amirali Hajizadeh disse que um soldado teria disparado o míssil sem ordem, devido a um “congestionamento de telecomunicações”.
“Quem me dera poder morrer e não assistir a um acidente como este”, acrescentou Hajizadeh.
Investigação
O primeiro-ministro do Canadá exigiu igualmente “transparência” na realização de um “inquérito completo e aprofundado” para apurar as responsabilidades.
“A nossa prioridade continua ser esclarecer este caso num espírito de transparência e Justiça”, afirmou Justin Trudeau, em comunicado, acrescentando que “o governo do Canadá espera a plena colaboração das autoridades iranianas”.
(Com informações da Agência Brasil)