Três dias depois de ter sido flagrado agredindo um idoso de 91 anos dentro de uma agência bancária em Cuiabá, o investigador da Polícia Civil Ailton Afonso Batista, de 51 anos, pediu perdão. Em nota divulgada nesta segunda-feira (30), ele disse que é um ser humano como qualquer outro e que agiu “no calor do momento”. No entanto, garantiu que está “preparado” para responder pelo crime.
[featured_paragraph]“A respeito de um incidente em que eu abordo de forma agressiva um cidadão no interior de uma agência bancária, amplamente divulgado nas redes sociais, eu peço perdão à vítima e seus familiares, à minha família e à comunidade mato-grossense por cometer tal insensatez”, começa dizendo o policial.[/featured_paragraph]
Na sequência, ele confirma que agiu com agressão contra o idoso e culpa o “calor do momento”. Ele diz: “estou convencido de que deveria ter agido com a razão, em vez de me deixar levar pela emoção”.
Apesar de não se eximir da culpa, ele cita a sobrecarga da profissão de investigador, mas justifica a ação lembrando que é um ser humano sujeito a erros.
O investigador ainda afirma que não apenas ele, mas também sua família tem sofrido com a repercussão do caso. Ele finaliza dizendo estar ciente da atitude errada que tomou e que está preparado para responder pelos atos.
O caso aconteceu na manhã de sexta-feira (27), na agência da Caixa Econômica Federal localizada no bairro Boa Esperança. Conforme as imagens divulgadas, não é possível saber o que motivou a agressão. No entanto, é possível ouvir quando o idoso diz “não mostra esta arma para mim, não”. A Corregedoria da PJC informou que já investiga o caso.
Ainda na sexta-feira, o presidente da Comissão de Direito dos Idosos, o advogado Isandir Resende, se manifestou contra o caso e disse que vai acompanhar o andamento da situação. Ele lembrou ainda que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), à qual a Comissão é vinculada, lançou uma campanha contra a violência dos idosos naquela mesma semana e que não deixará o caso impune.
Confira a nota na íntegra:
A respeito de um incidente em que eu abordo de forma agressiva um cidadão no interior de uma agência bancária, amplamente divulgado nas redes sociais, eu peço PERDÃO à vítima e seus familiares, à minha família e à comunidade mato grossense por cometer tal insensatez.
Eu estou convencido de que deveria ter agido com a razão, em vez de me deixar levar pela emoção, pois é esta a postura que se espera de um policial civil com 51 anos de idade.
É preciso lembrar, também, que o desempenho da função policial sofre uma sobrecarga de serviço que significa trabalhar sob pressão, principalmente em um momento em que os policiais são vítimas de tamanha violência em nosso país. Porém, nada justifica a minha falha.
Contudo, antes de ser policial civil, eu também sou um ser humano sujeito a erros como qualquer outra pessoa. E eu estou ciente do meu erro, e preparado para responder pelo que fiz.
E devo admitir, por último, que eu e meus familiares temos sofrido demais com esse episódio. Mas tenho, também, aprendido muito com ele. Hoje, definitivamente, eu não agiria daquela forma, e peço DESCULPAS a todos.
Cuiabá, 30 de julho de 2018
AILTON AFONSO BATISTA
Investigador da Polícia Civil
