Ednilson Aguiar/O Livre
Delegado Rogers Jarbas: “Stringueta queria investigar o governo”
O ex-secretário de estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, afirmou que a investigação sobre os grampos ilegais feita pelo Delegado Flávio Stringueta, à época na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil, teria sido uma farsa motivada por questões pessoais. A declaração foi dada na manhã desta sexta-feira (09) durante depoimento na Vara Militar sobre o “Caso dos Grampos”.
“A investigação de Stringueta foi uma farsa motivada por questões pessoais”, disse Rogers ao promotor Milton Pereira Merquiades. “Só fiquei sabendo disso quando fui preso”, completou.
O ex-secretário explicou que é possível redirecionar ligações para um celular sem passar pelo Guardião, mas fica o registro nas operadoras. “Operações fechadas, em regra, não passam pelo Guardião e ficam apenas no redirecionamento”, disse.
O promotor afirmou que foi criado um pano de fundo no processo como se toda a ilegalidade começasse no sistema. “Mas muita coisa nem passa pelo Guardião”, observou.
O promotor perguntou ainda se não era um procedimento repugnante Rogers ter assinado o depoimento da delegada Alana como se ele a tivesse ouvido. Rogers disse que não, porque fez 3 perguntas à delegada antes de ela redigir o próprio depoimento.
“Antes de ser secretário, eu nem sabia que a PM usava o Guardião. Do Sentinela eu nunca tinha ouvido falar. Descobri pela imprensa que esse sistema existia”, disse.
Rogers disse que Stringueta começou a ter indisposição com ele quando ele começou a postar no Facebook que o secretário foi responsável por tirá-lo da GCCO. “Da parte dele sim. Eu nunca tive inimizade com ele”.
Rogers disse que a Policia Militar (corporação) não tem nada a ver com os grampos. “Antes de ser secretário, eu nem sabia que a PM usava o Guardião. Do Sentinela eu nunca tinha ouvido falar. Descobri pela imprensa que esse sistema existia”, disse