A interventora Danielle Carmona disse que o estoque do CDMIC (Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá) tinha 83% de erro. Oito a cada dez produtos lançados como disponíveis no sistema não estavam nas prateleiras.
A diferença entre sistema e estoque físico ultrapassaria 14 milhões de unidades. Os dados integram o inventário que o gabinete de intervenção elaborou para adequar o fornecimento e compra de medicamentos e insumos, divulgados ontem (19).
A desregulação de fornecimento e a falta de estoque estão nos motivos de autorização da medida administrativa pela Justiça de Mato Grosso.
“Nós finalizamos o inventário de medicamentos ativos e o resultado desse relatório foi que mais de 14,9 milhões de unidade foram analisados incorretamente no sistema de almoxarifado, acarretando uma diferença entre o que de fato está na unidade e o que foi lançado no sistema na ordem de 83,21%”, afirmou.
Segundo a interventora, uma amostra da desordem no CDMIC foi a compra pela Secretaria de Saúde de Cuiabá de 17,4 milhões de copos descartáveis de café por R$ 336 mil. O cálculo do gabinete é que a quantidade abasteceria a demanda da Secretaria de Saúde por 20 anos.
O CDMIC é a central do SUS (Sistema de Único de Saúde) de Cuiabá, responsável pela compra e redistribuição de medicamentos. Nos últimos anos, a central tem sido criticada por descontrole nos serviços que causaram a falta de medicamento na saúde pública.
A crise iniciou em 2021 quando foram descobertos mais de quatro milhões de unidades de medicamentos e insumos vencidos.