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Interior de MT: auditora teme pela segurança da família após sofrer atentado

Suspeito de atentado é office boy na prefeitura e estourou duas bombas em frente à casa da auditora

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Interior de MT: auditora teme pela segurança da família após sofrer atentado

A auditora interna do Município de Santo Antônio do Leverger, Andrea Pereira de Arruda, deverá ser ouvida nesta terça-feira (19) pela Polícia Civil em relação ao atentado que sofreu nas madrugadas de sexta-feira (15) e sábado (16), em sua casa.

Um homem de motocicleta jogou duas bombas em frente à casa da vítima, e apesar de ter sido detido em flagrante no sábado, foi liberado, porque o crime cometido foi classificado como de baixo potencial ofensivo.

Os policiais identificaram que não houve nenhum dano material na residência da auditora, e chegaram à conclusão de que a bomba era apenas de barulho – o que supostamente indica uma tentativa de intimidação contra a servidora.

O homem detido pela polícia também trabalha na Prefeitura de Santo Antônio do Leverger como ofice boy. Com ele foi identificado um holerite de Andrea.

História nebulosa

O suspeito justificou que o holerite teria sido entregue pela própria Andrea a ele para que fosse realizado o adiantamento de um pagamento.

Andrea, no entanto, explica que esse adiantamento de salário só é possível de uma única forma – por meio da assinatura de um formulário que precisa ser feito pelo próprio servidor que pede o adiantamento.

O documento é entregue ao prefeito municipal, que ao aprovar encaminha ao secretário de fazenda para que realize o pagamento.

O adiantamento também só é possível em pequenos valores para pagar contas específicas. “Então é impossível que o pedido seja feito por terceiros, sem contar que o holerite é um documento confidencial, que nem eu mesma tive acesso ao deste mês já que ainda nem recebemos”, explica ao LIVRE.

O suspeito também negou que é autor do atentado, e com isso, fica a interrogação: quem mandou dar o “susto” na auditora?

Temor pela família

Andrea diz temer pela segurança de seus filhos, ambos menores de idade, sendo que um é PCD (Pessoa com Deficiência).

Ela conta que, inclusive, pensa em alugar a casa em Santo Antônio, onde é servidora de carreira há três anos, e se mudar para Cuiabá, para manter a segurança das crianças.

Andrea cita ainda que hoje ao ir trabalhar na prefeitura, sentiu que foi tratada de forma diferente pelos colegas, sendo que muitos nem a cumprimentaram.

Perseguição aos auditores

Os auditores internos e controladores internos municipais é uma categoria de servidores públicos responsáveis por realizar o chamado controle interno.

Com a responsabilidade de fiscalizar e auxiliar os gestores na prestação dos serviços públicos e impedir que haja desperdício de recursos e até mesmo atos de corrupção, esses profissionais muitas vezes são vistos como “inimigos” pelos gestores.

Pouco mais de um ano atrás, outro atentado foi registrado contra uma auditora interna no município de Colniza. A casa dela foi alvejada por tiros. Ela não sofreu ferimentos.

Andrea cita que não possui “nenhum inimigo declarado”, mas suspeita que sua atividade enquanto auditora possa gerar desconfiança de muitas pessoas.

O que diz a Prefeitura?

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Santo Antônio de Leverger para se pronunciar sobre o caso, mas não recebeu nenhuma resposta até o momento.

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