Divulgação/MST
Militantes estão desde às 5 horas no trecho
Integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) que ocupam desde a terça-feira (25) uma das fazendas do grupo AMaggi, que pertence à família do ministro da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e senador licenciado, Blairo Maggi (PP), passaram também a ocupar um trecho dos trilhos da Ferronorte, situado a cinco quilômetros da propriedade, em Rondonópolis.
O grupo de aproximadamente 500 pessoas se dividiu e uma parte permanece na fazenda SM02-B e outra encontra-se nos trilhos, desde a madrugada desta quinta-feira (27).
O bloqueio já impediu ao menos um trem de seguir pela ferrovia, importante via de escoamento da produção de grãos do Estado. A Ferronorte, em Mato Grosso, cruza terminais dos municípios de Alto Taquari, Alto Araguaia e Rondópolis.
Em nível estadual, há uma discussão de se expandir a ferrovia, levando-a também para Cuiabá e Lucas do Rio Verde. Para o MST, a expansão da Ferronorte “não significará aumento da arrecadação do estado, pois “o setor que será contemplado com esse investimento é o mesmo setor que nos últimos 17 anos recebeu quase 40 bilhões de reais em isenções” – em alusão ao agronegócio.
O movimento argumenta que a ocupação dos trilhos é um protesto em razão de o Estado “fechar os olhos para a diversidade de problemas sociais e ambientais causados pelo transporte ferroviário de carga”.
O MST ainda ressaltou que, em princípio, o bloqueio do trecho acontece apenas na data de hoje, mas não descarta uma nova investida nos próximos dias. Na fazenda, também não há previsão de desocupação.
Em nota, a Rumo, companhia que administra a ferrovia em Mato Grosso, pontuou que “está avaliando a situação para tomar as medidas cabíveis”. A prioridade, destaca a Rumo, “é reestabelecer a operação ferroviária o quanto antes, garantindo o fluxo de exportação da safra agrícola”.