Por decisão da Justiça Eleitoral, o governador e pré-candidato à reeleição Pedro Taques (PSDB) deve remover do seu perfil no Instagram todas as publicações que contenham publicidade institucional do Governo do Estado. Na noite da última segunda-feira (16) Taques fez um desabafo sobre o assunto, cujo texto ele começa ressaltando que entrou na rede social em 2010 e nunca mais saiu.
A primeira postagem do governador no Instagram, por sua vez, foi em fevereiro de 2012. Ele entrou no Facebook em 2010. O curioso, entretanto, não são as datas e sim os comentários na foto postada à época. Taques ainda exercia o mandato de senador por Mato Grosso e, na oportunidade, apreciava o Carnaval de Chapada dos Guimarães.
Na postagem, a personal trainer Helen Christy, esposa do coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, ex-secretário da Casa Militar, faz um depoimento exaltando Taques e em seguida convida várias pessoas para segui-lo na rede social.
“Tenho muito orgulho de ser sua eleitora. Peço a Deus que venha a multiplicá-lo, pois com mais alguns Pedros Taques em Brasília, teria ainda mais esperança num Brasil mais justo e com menos desigualdades! @pedrotaques”, disse na publicação.
Cinco anos depois, Helen e Lesco foram presos com a deflagração da Operação Esdras, que visava desmontar um esquema de obstrução das investigações do caso dos grampos ilegais, maior escândalo do Governo Taques.
De acordo com as investigações, o coronel teria atuado como um dos financiadores na montagem de um escritório de escutas ilegais em Cuiabá, enquanto Helen teria participado de um plano para obstruir as investigações do caso. O grupo pretendia cooptar o tenente-coronel José Henrique Soares para gravar ilegalmente o desembargador Orlando Perri, relator do caso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
O escândalo dos grampos ilegais, que completou um ano em maio de 2018, resultou em 13 pessoas presas, quatro secretários exonerados e nove inquéritos criminais. O suposto envolvimento do governador no caso é apurado em inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob relatoria do ministro Mauro Campbell Marques.
A história da vida política de Taques, por sua vez, não tem apenas esse registro de pessoas que um dia estiveram ao seu lado e hoje ou são investigados por corrupção, estão presos, ou estão na oposição. Exemplo disso, é seu primo e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, que está preso acusado de envolvimento em outro esquema de corrupção, este instalado dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), bem como seus ex-aliados que chegaram a divulgar um manifesto elencando os motivos para não mais apoiarem o governador.