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Inovação: na Índia, produtores de MT buscam conhecimento

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Inovação: na Índia, produtores de MT buscam conhecimento
Foto: Assessoria/AgriHub

A Índia é um país de contrastes: antiga, moderna, pobre, rica e superpovoada. Mas uma coisa é certa, o ecossistema de startups indiano está crescendo e amadurecendo. Nos últimos quatro anos o governo tem disponibilizado muito apoio às startups. Entre os motivos estão o crescimento econômico de algumas regiões, investimentos em infraestrutura no país e mão de obra barata.

Nesta quarta-feira (29), lideranças do agronegócio de Mato Grosso que participam da Missão Técnica AgriHub 2018, promovida pelo Sistema Famato com o apoio da Embaixada Brasileira, conheceram na cidade de Hyderabad, no estado de Telengana, essa realidade nas visitas às instituições de pesquisa e organizações que contribuem para o desenvolvimento e fomento das startups no país, especialmente no setor agrícola.

A primeira aconteceu na T-Hub – uma organização independente sem fins lucrativos criada para promover o empreendedorismo e apoio às startups. É uma parceria público-privada entre o governo de Telangana, três dos principais institutos acadêmicos da Índia (IIIT-H, ISB e NALSAR) e os principais líderes do setor privado.

A T-Hub disponibiliza laboratórios, mentorias, auxilia na aproximação com investidores e orienta sobre patentes e formação das empresas. As startups ficam seis meses em incubação. Na oportunidade, o grupo conheceu o trabalho de duas que atuam nas áreas de avicultura e processamento de alimentos.

Na sequência, pesquisadores do Instituto Internacional de Pesquisa de Cultivos do Semi-Árido Tropical da Índia (ICRISAT) apresentaram os trabalhos desenvolvidos pela entidade. O instituto, criado há 47 anos, é uma organização sem fins lucrativos que faz parte do CGIAR – um consórcio internacional de pesquisa agropecuária com o objetivo de reduzir a fome e a desnutrição no mundo, ajudando principalmente os países subdesenvolvidos.

As pesquisas são feitas com os alimentos chamados “inteligentes”, ou seja, que possuem alto poder de nutrição, baixa necessidade de água, baixa emissão de carbono, usos múltiplos (alimentação, ração, cobertura de solo), um alto potencial de aumento de produtividade e possibilidade de serem cultivados por agricultores familiares. Os principais são: grão de bico, amendoim, milheto, feijão guandú e sorgo.

O banco de germoplasma do ICRISAT conserva mais de 126 mil amostras de todos esses produtos e distribui os materiais no mundo todo para a pesquisa agropecuária. A responsável pelo banco, Vania Azevedo, que já trabalhou 11 anos na Embrapa, no Brasil, destacou a importância da visita dos participantes da Missão Técnica AgriHub. “Vários desses produtos são importantes para o Brasil e receber essa comitiva aqui é muito interessante para a promoção de mais parcerias com o ICRISAT e a própria Índia com o Brasil”, afirmou.

Para o presidente do Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses (CBFP), do qual o Sistema Famato também faz parte, Tiago Stefanelo, a visita foi produtiva. “Vimos o comprometimento que a pesquisa aqui na Índia tem em relação ao melhoramento genético das culturas, em especial dos pulses e feijões. Eles trabalham para atender a demanda local e na qualidade dos grãos. Temos que acessar esse mercado além do que já vem sendo feito pelos parceiros do Conselho”, disse.

Há três anos o instituto criou o departamento de Inovação e Agricultura devido ao aumento do surgimento de startups no país. Já possui 30 incubadoras com foco em agricultura. Disponibiliza o espaço para as pesquisas, auxilia nos planos de negócios, na questão financeira para a montagem da empresa e mentorias.

O chefe do departamento, S. Aravazhi, apresentou algumas das invenções que receberam o apoio do instituto. Entre elas está um aplicativo que detecta os tipos de doenças em plantas ao tirar uma foto da folha danificada. O aplicativo reconhece 180 doenças em 30 tipos de culturas.

No final do dia o grupo conheceu o Manage, um instituto internacional de gerenciamento de extensão rural fundado pelo governo indiano e que tem a missão de melhorar o acesso ao conhecimento científico pelos agricultores por meio da extensão rural. Fundado em 1978, somente depois de nove anos começou o centro de incubação onde são promovidos treinamentos, consultorias, pesquisas, programas governamentais e preparação de jovens por meio de programas educacionais. São realizados cerca de 220 programas de treinamento todo ano, com a participação de cinco mil extensionistas, sendo 250 do exterior.

O projeto AgriHub é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) criado em 2016 para identificar os problemas dos produtores rurais de Mato Grosso e conectá-los a startups, mentores, empresas de tecnologia, pesquisadores e investidores para desenvolver soluções e promover o melhor ajuste de tecnologias para o campo.

A Missão Técnica AgriHub 2018 na Índia conta com a participação de 15 pessoas. Entre elas estão representantes da Famato, Imea, Senar-MT, Instituto Soja Livre, Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e de Minas Gerais (Aprosoja-MG), Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses (CBFP), Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso (Aprosmat), empresa Torino e da Embaixada brasileira.

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