Uma infestação de piranhas no Lago do Manso reduziu a variedade de peixe e aumentou ataques a banhistas. Espécies como piraputanga, dourado e pintado são cada vez menos vistas.
Empresários com empreendimento ao redor do lago afirmam que a situação, agora, agravada foi percebida com fim da piracema, em janeiro, quando as atividades de pesca reiniciaram.
Os episódios esporádicos de mordidas de piranhas a banhistas passaram a ser frequentes, apesar de nenhum caso grave ter sido registrado.
“Não houve nenhum caso de perda de membro, mas se antes elas vinham morder o pé, hoje já avançam na mão”, disse o empresário Ricardo Murilo Arruda.

Segundo ele, o problema é a falta de manutenção sobre a reprodução da espécie. O empresário explica que, na piracema, um artifício conhecido como escada deve ser construído na barragem, para que os peixes possam subir para reprodução. Porém, a intervenção não teria ocorrido.
Por isso, a reprodução dos peixes ficou prejudicada e espécies não são reabastecidas pela Furnas, central elétrica responsável pela fiscalização das barragens hidrelétrica.
“A Furnas nunca fez reposição dos peixes no Manso, então, não está normal a população deles, se não estão conseguindo se reproduzir”, pontua.
Para evitar prejuízos ao turismo, cerca de 250 empresários e donos de imóveis participam da formação de uma vaquinha de R$ 100 mil para comprar as espécies reduzidas no lago, que se alimentam de carne de piranha, para controlar o equilíbrio.
“Já conseguimos arrecadar R$ 60 mil e queremos chegar a R$ 100 mil até o fim do mês, para comprarmos uns 10 mil dourados, pintados, cachara e outras espécies”, disse Ricardo.
A Furnas informou que o lago é vistoriado desde 2000 e não identificou necessidade repovoamento de peixes. A central disse ainda que a intervenção necessita de autorização de órgãos ambientais, visto que pode colocar em risco a variedade genética dos peixes.