Mais de 300 profissionais trabalham na campanha de vacinação contra covid-19 em Cuiabá. Eles estão divididos entre os cinco polos da cidade e lidam diariamente com milhares de moradores que agendaram as doses. E nem sempre o contato é amigável.
Segundo a Prefeitura, os servidores da Saúde têm registrado casos de agressão verbal e ameaças físicas. Os motivos são os mais variados: de pessoas que não aceitam receber a marca de vacina disponível, a pessoas que estão sem a documentação necessária.
A servidora Vera Lucia Ferreira se recorda de um episódio recente: “quando o cidadão soube que a vacina que receberia era a Coronavac, se exaltou. Falou que essa vacina era uma porcaria”.
Antes de deixar o polo de vacinação, ele proferiu palavras de baixo calão contra a equipe, denegrindo os profissionais.
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Em outro caso, uma mulher reclamou quando soube que receberia uma vacina de uma marca distinta a de que suas amigas receberam e passou a resistir à vacinação. “Após reclamar muito na tentativa de ‘mudar’ a marca da vacina, foi embora do polo”, conta.
Já no polo da UFMT, “solicitamos o QR Code para o rapaz, mas ele não tinha. Explicamos sobre a necessidade, mas ele continuou insistindo. No final, passou a nos agredir verbalmente”.
“É humilhante, ainda mais sabendo que a pessoa está errada”, lamenta a coordenadora Welignem Leite.
Penalidade
O desacato a funcionário público no exercício da função ou em razão dela é crime previsto no artigo 331 do Código Penal, com detenção de seis meses a dois anos, ou multa.