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Hospital regional deixa de ofertar exames e pacientes organizam protesto

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Hospital regional deixa de ofertar exames e pacientes organizam protesto

Com o marido internado há mais de sessenta dias no Hospital Regional de Sinop (500 km de Cuiabá), a massoterapeuta Elizete da Rocha e demais familiares de pacientes internados na unidade realizaram um protesto pacífico em frente ao hospital na manhã desta quinta-feira (30). Emocionada e em tom de desespero, ela alega que seu esposo de 71 anos precisa de um exame chamado “estudo eletrofisiológico do coração” para a detecção de uma arritmia cardíaca.

“Meu marido está internado e corre o risco de ter morte súbita a qualquer momento e nem mesmo uma decisão judicial nos ajudou a fazer esse exame. Já pagamos outros exames do nosso bolso, mas esse é muito caro e não temos acesso sem ser pelo hospital”, explica a massoterapeuta.

Além do problema de saúde, o esposo sempre foi arrimo de família e muito ativo, e agora, segundo ela, a debilidade física acaba gerando também um transtorno psicológico.

“Meu marido está em depressão, vendo a morte a qualquer momento. Isso é de uma decadência inexplicável, não aguentamos mais essa situação”, pondera.

No mesmo sentido, Maiara Lavesco, também muito emocionada, conta que teme pela vida do pai, de 63 anos, internado no Regional há 68 dias.

“Meu pai precisa de uma angioplastia, e mesmo com a judicialização do caso, ele não tem data nem previsão para fazer o procedimento. O estado dele é gravíssimo, já está gerando insuficiência renal grave, toma medicamento para segurar a pressão, mas eu não sei até quando ele vai conseguir esperar”, conta, com lágrimas nos olhos.

Também necessitando de uma angioplastia, o pai da atendente de caixa, Daniela de Oliveira, internado há 40 dias, já realizou um cateterismo em um hospital particular bancado pela própria família e agora espera atendimento.

“A cada dia recebemos uma desculpa nova. A gente está pedindo uma ajuda, um olhar do Poder Público, estamos em desespero”, relatou, dizendo ainda não entender a conta que o governo faz ao manter um paciente internado.

“Nós não entendemos como isso pode continuar se arrastando. Um paciente aqui é caro para todo mundo. Por que não fazer logo o procedimento e liberar o leito?”, questiona.

Outro Lado

Em nota, a assessoria do hospital Regional informou que os procedimentos aguardados pelos pacientes citados na reportagem são feitos exclusivamente pela unidade de Cuiabá e que a regulação também é feita pelo médico regulador, por meio do Escritório Regional de Saúde. Esta deve enviar a AIH (Autorização de Internação Hospitalar) do paciente para o município de Cuiabá, que insere no SISREG (Sistema Nacional de Regulação) e encaminha o paciente para um dos hospitais habilitados, dentre eles o Hospital Geral Universitário (HGU, Amecor e Santa Casa).

Confira a Nota na integra

As cirurgias cardíacas – dentre elas cateterismo e angioplastia – eletivas e de urgência e emergência, são realizadas em Cuiabá, já que o Hospital Regional de Sinop não realiza no momento estes procedimentos. O médico regulador, por meio do Escritório Regional de Saúde, deve enviar a AIH (Autorização de Internação Hospitalar) do paciente para o município de Cuiabá que insere no SISREG (Sistema Nacional de Regulação) e encaminha o paciente para um dos hospitais habilitados, dentre eles o Hospital Geral Universitário (HGU, Amecor e Santa Casa.

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