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Hospital particular em MT cobra R$ 110 mil para receber paciente em UTI

Pagamento tem que ser antecipado e feito em dinheiro

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Hospital particular em MT cobra R$ 110 mil para receber paciente em UTI
Imagem Ilustrativa (Foto: Christiano Antonucci Santoro)

Antes de entrar no hospital, a família do paciente deve pagar R$ 10 mil pela reserva do leito na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mais 5 diárias antecipadas: R$ 100 mil (R$ 20 mil por dia). Ou seja, é preciso ter o total de R$ 110 mil em dinheiro – não são aceitos cheques ou outras modalidades de pagamento – para conseguir uma vaga no hospital Santa Rita, localizado em Alta Floresta (790 km de Cuiabá).

Essa foi a informação passada para Alexandra Aparecida Andrade, que está em busca de uma vaga para o pai, o comerciante Pedro Soares de Andrade, há três dias.

Ela relata que o pai dela foi internado na unidade pública de saúde da cidade, que é similar a uma Unidade de Pronto Atendimento, devido ao agravamento do quadro de covid-19. Lá, piorou e precisou de ventilação mecânica.

A família foi informada pelo médico de que o paciente precisava de uma UTI e que o Hospital Regional de Colíder não tinha mais vagas disponíveis. A partir de então, iniciou-se uma peregrinação em todas as unidades da região, até que foram informados que havia um leito particular no Hospital Santa Rita.

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Ao entrar em contato com a unidade, a família ficou revoltada com os valores cobrados. E, segundo Alexandra, não tem negociação. Tem que ser tudo antecipado e em depósito bancário.

Então, ela entrou em contato com a Defensoria Pública que solicitou que o hospital encaminhasse a disponibilidade de vagas de UTI nesta terça-feira (30) pela manhã. Porém, a família teme que a Justiça não tenha a mesma celeridade que a doença.

Andamento do caso

Nesta terça-feira (30), o comerciante conseguiu uma vaga na enfermaria do Hospital Regional de Colíder e ainda aguarda vaga em uma UTI. A transferência acontece depois de uma remoção frustrada.

Alessandra relata que, na noite de ontem, o pai dela passou muito mal, precisou ser intubado e os médicos o colocaram em uma ambulância e seguiram em direção a Colíder. Contudo, tiveram que voltar porque não havia leitos.

Na ocasião, haviam outras três ambulâncias na porta do hospital, todas com pessoas passando pela mesma situação.

Durante a manhã, chegou a notícia da disponibilidade da vaga e ele refez a viagem.

No interior, a cotação está alta

Alexandra conta que entrou em contato com outras pessoas na região e, até mesmo, com um tio que mora em São Paulo e percebeu que o valor está exorbitante.

Aqui, uma amiga dela relatou que pagou R$ 4 mil por uma vaga na enfermaria do Hospital Santa Rita e que, quando o caso do paciente se agravou, só foi realizada a transferência após o depósito de R$ 60 mil na conta do hospital.

“Depois de alguns dias, eles falaram que conseguiram a transferência para a ala do SUS. Aí, fiquei pensando se é preciso primeiro pagar pela vaga particular para depois conseguir a transferência”, argumenta.

Ela diz que a família toda está aterrorizada com a situação e não sabe o que fazer. Um tio, que mora em São Paulo, contou que teve um familiar na mesma situação e, na Capital paulista, o valor é R$ 7 mil a diária em média.

O que o hospital tem a dizer?

A equipe do LIVRE fez contato via telefone com o Hospital Santa Rita, porém foi deixada na espera sem retorno. O espaço continua aberto para manifestações.

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