No imaginário coletivo foi construída a narrativa de vivermos em uma sociedade ‘homofóbica’, dando a essa palavra um significado amplo e abstrato, cujas provas são impossíveis de se coletar concretamente, dependendo sempre da interpretação daqueles que a usam como arma contra seus adversários políticos e todos que discordam de suas ideologias. Homofobia se tornou um mero anátema, tal como as acusações de ‘fascista’ e ‘racista’, proferidas à exaustão por pessoas que defendem os maiores racistas e fascistas da história, mas tentam manter uma falsa aura de pureza e santidade.

Se analisarmos a fundo, seja pela lógica, ou pela intuição, descobriremos que há diversas interpretações possíveis para esse termo abstrato, por exemplo, homofobia pode ser analisada filologicamente e teríamos: homo = Homem (no sentido de ‘Ser Humano’) e fobia = medo exagerado advindo de um distúrbio na ansiedade provocado por uma profunda aversão irracional a algo.

Logo, homo-fobia = medo exagerado (histeria) em relação a seres humanos, profunda aversão aos seres humanos e, por conseqüência, à humanidade. Aqui se encaixam todos os defensores de ideologias totalitárias como o comunismo, e as variantes progressistas da ideologia de gênero, feminismo, socialismo etc.

Porém, se analisarmos a intenção das pessoas que construíram esse termo, que são as mesmas que se encaixam no significado concreto e correto do mesmo, teremos uma abstração desconexa desse real significado: ódio a gays. Como um termo que concretamente significa aversão profunda que resulta em histeria em relação à humanidade – descrevendo com exatidão todos os progressistas, comunistas e seus filhotes totalitários -, pode ser alterada para significar exclusivamente o ódio a uma classe minoritária? Ainda mais impo por quê?

Novamente nos lembremos de que essa alteração ocorreu às mãos das pessoas que se encaixam no significado correto do termo, logo, as mais interessadas em se livrarem dessa pecha e a re-significarem, para colarem como espantalho em seus adversários políticos e “ideológicos”.

Emprestando o radical homo, como se fosse exclusivo do termo homossexual, desconectando de quaisquer sentidos antropológicos e unindo ao sufixo fobia, incluindo neste o significado de ‘intolerância’; ao derivar este termo de um dos significados de ‘aversão’, mas esvaziado de seu contexto (biológico), criaram a idéia de que homofobia significa intolerância à gays, da qual predicaram o significado de ‘ódio’ aos gays, extraindo de intolerância – eliminando a derivação original desta palavra de um dos significados de ‘aversão’. Ficou complexo?

Imagine uma pessoa com intolerância à lactose, pois bem, isso significa que por algum distúrbio biológico seu organismo rejeita a lactose, causando efeitos indesejados como vômito, diarréia, crises alérgicas etc., neste contexto também podemos utilizar o termo ‘aversão’ dentro do mesmo significado de ‘intolerância’. Logo, a esquerda – espectro ideológico dentro do qual encontramos os comunistas e progressistas – extraiu desse significado de aversão a palavra intolerância e incluiu no significado de fobia, para depois mudarem isso e utilizarem no significado desconectado do contexto: de ódio – ou intolerância à lactose e ódio a lactose é a mesma coisa? Feita essa alteração semântica, a incutiram na mentalidade coletiva.

Por mais que indivíduos saibam o real significado de homofobia, a abstração realizada pela esquerda possibilita uma interpretação que serve para a perseguição de todos aqueles que falem ou façam algo que possa ser interpretado – também abstrativamente – como ódio aos gays, desde não contratar um gay por questões exclusivamente profissionais, até ler a Bíblia e professar sua fé cristã, dado que nela o homossexualismo é condenado. Não agir como gay pode ser interpretado como homofobia, ou seja, se você se recusar a ter relações sexuais com um gay, este poderá te processar por algo que agora é crime e assemelhado ao de racismo – como se gay fosse uma raça e não uma orientação (ou opção, depende do caso) sexual.

Se você for cristão, automaticamente será acusado de uma abstração criminalizada, sendo sua única “defesa” ser um deles, ou seja, terá de fazer sexo com outrem de mesmo sexo que você e renegar a sua fé e religião para “provar” não ser um criminoso. Ou você realmente possui a ingenuidade de achar que a “justiça” te tratará como portador de direitos? Que poderá processar por calúnia àqueles que lhe acusarem desse crime abstrato e ter um julgamento justo?

Não tenha essa ilusão, pois a permissão a essa perseguição partiu justamente da mais alta Corte de “justiça”, que serve de referência para todas as demais do Brasil; partiu daqueles que deveriam proteger as nossas liberdades, justamente a autorização para destruição das mesmas, assim como partiu dos verdadeiros homofóbicos, que possuem aversão à humanidade de tal modo que desejam a destruir para substituir por algo ‘inumano’, a abstração que transforma todos os cidadãos de bem em ‘homofóbicos por natureza’.

*Publicado originalmente na Gazeta Conservadora

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ROBERTO LACERDA BARRICELLI é jornalista e historiador.

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