Crônicas Policiais

Homem sai da cidade após assassinato da mulher e passa a ser investigado

Ouvido em Ji-Paraná (RO), homem diz que ele e a esposa foram vítimas de um assalto em Brasnorte (MT)

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Homem sai da cidade após assassinato da mulher e passa a ser investigado
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Um caso pitoresco tem chamado a atenção das polícias Civil e Militar. Maria Aparecia de Souza, 61 anos, foi encontrada morta em Brasnorte (600 km de Cuiabá) exatamente no local onde seu marido indicou à polícia dias após sair do Estado. Ele, no entanto, alega que foram vítimas de um assalto e a Polícia Civil investiga o que realmente aconteceu.

Maria morava com o marido, Roberto Marques Rodrigues, 58 anos, em um sítio na Gleba Tibati, em Brasnorte, onde trabalhavam como caseiros, cuidando do lugar para o proprietário.

Ela mantinha contato com uma das filhas todos os dias. A última vez, porém, foi no sábado (16), por volta das 20 horas.

Nessa terça-feira (19), o neto dela registrou um boletim de ocorrência dizendo que sua tia não mais conseguia falar com sua avó.

Além disso, o neto havia ficado sabendo da suposta prisão do marido da avó em Ji-Paraná (RO), onde ele teria relatado que havia sido assaltado no sítio, que os ladrões haviam atirado em sua esposa e que, ao vê-la morta, ele foi embora para Rondônia.

O filho do dono do sítio em que a avó e o marido trabalhavam, porém, foi até à propriedade e não encontrou ninguém.

Encontrada morta

Por volta das 11h30 dessa terça-feira (19), a Polícia Militar de Brasnorte foi até o sítio conferir informações passadas por parentes da vítima.

Eles diziam que o marido dela havia falado para a Polícia Civil de Rondônia que Maria Aparecida estava morta e que seu corpo estava às margens da estrada que liga a sede do sítio e a residência em que o casal de caseiros morava.

Acompanhados da Polícia Civil, os militares foram até o local e encontraram o corpo da idosa a aproximadamente 500 metros da casa.

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Juína (760 km de Cuiabá) foi acionada para realizar a perícia e a funerária Bom Jesus fez a remoção do corpo.

Investigações

O LIVRE entrou em contato com a Polícia Militar de Brasnorte, visto que no boletim de ocorrência registrado pela PM sobre a descoberta do corpo da vítima, o marido dela, Roberto Marques, foi acrescentado, a princípio, como suspeito.

O sargento Alexandro, que participou das buscas, disse que a Polícia Civil está investigando o caso e poderá indicar o que realmente aconteceu, mas uma coisa chamou atenção da Polícia militar. 

“Ele [Roberto] fala que passou na polícia no dia seguinte [ao suposto assalto], fez um registro de assalto e foi para Rondônia, mas não tem nada de registro aqui não”, disse o sargento Alexandro.

O delegado Gustavo Godoy, de Sapezal (520 km de Cuiabá), está à frente das investigações do caso e afirmou que ainda é cedo para apontar suspeitos, visto que o corpo foi encaminhado para necrópsia nessa terça-feira (19) e o inquérito foi aberto na manhã desta quarta-feira (20).

“As testemunhas estão sendo ouvidas, mas qualquer coisa que eu fale agora será precipitada. Mas nós estamos reunindo todas as informações possíveis para tentar identificar não só a autoria do fato, como o objeto do crime, as circunstâncias, a motivação, tudo isso”, afirmou Godoy.

Ao contrário do que a família da vítima acreditava, porém, o delegado Gustavo Godoy afirmou que o marido, Roberto, não está preso, apenas procurou a delegacia e foi ouvido.

“Ele não está preso. Ele se apresentou na delegacia em Ji-Paraná (RO), deu a versão dele, que teria acontecido um roubo e que a mulher teria sido morta no roubo. Como não tinha corpo encontrado, não tinha flagrante, não tinha mandado de prisão, ele foi ouvido e liberado. Ele não foi preso, mas foi por conta dessa informação que as equipes se deslocaram para lá e encontraram o corpo”, contou o delegado.

Segundo Godoy, há várias linhas de investigação, mas – apesar de Roberto ter procurado a polícia e dito que viu a esposa morta e foi embora para outro estado -, ainda não dá para dizer que ele é suspeito do assassinato.

“Tudo vai ser investigado, tudo vai ser apurado, todas as versões”.

Até o momento, a polícia não sabe nem mesmo há quantos dias Maria Aparecida foi assassinada. A única certeza é que consta na certidão de óbito que a causa da morte foi “perfuração de arma de fogo”. Maiores detalhes dependerão do laudo da necrópsia.

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