O ex-presidiário Jhony Marcondes, de 42 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Cuiabá a 40 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, pela morte da ex-companheira Adriana Aparecida de Siqueira, de 42 anos, e da filha dela, Andresa Maria Villarga da Siqueira, de 20. Elas foram mortas a golpes de martelo, em agosto do ano passado.
O Tribunal do Júri durou pouco mais de cinco horas e não teve o depoimento de testemunhas, por dispensa das partes envolvidas. Conforme a ata da sessão, o primeiro a falar foi o representante do Ministério Público (MPE), que requereu a condenação.
Depois, Jhony confessou o crime e teria usado como autodefesa a tese de que cometeu homicídio privilegiado, isto é, quando o acusado comete crime por motivo moral ou sob fortes emoções, com injusta provocação da vítima.
Por fim, a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, presidente do Júri, condenou Marcondes a 40 anos de prisão. Ela também negou o pedido formulado pela defensoria pública – que patrocina a defesa do acusado – para recorrer em liberdade.
O caso
Segundo uma irmã da vítima relatou à imprensa, Adriana e Jhony se conheceram no presídio, onde o homem cumpria pena por outros crimes. O contato teria começado por intermédio de um amigo de Adriana e, depois, os dois passaram a trocar cartas. Em um dos escritos, ele a convidou para ir visitá-lo e, desde então, eles ficaram juntos.
O crime aconteceu na madrugada do dia 22 de agosto de 2017, no bairro CPA 2, em Cuiabá, e foi descoberto depois que Jhony Marcondes ligou para o cunhado contando que havia “feito uma besteira”. O homem, então, acionou a Polícia Militar, que encontrou os corpos. Um deles, o da mulher, já estava enrolado em um lençol.
O crime foi passional. Marcondes teria encontrado uma mensagem de um homem no Facebook da ex-companheira e, enciumado, matou Adriana com marteladas. A mulher teve o rosto desconfigurado devido a agressão. Depois do primeiro assassinato, ele teria tentado abusar da enteada, Andresa, e, ao não conseguir, a matou com golpes de canivete. A informação, porém, não é oficial.
Depois do duplo homicídio, Jhony Marcondes ficou foragido e foi detido por populares no bairro Pedregal, no dia seguinte.