Mato Grosso

História de Mato Grosso: divisão do estado completa 41 anos

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História de Mato Grosso: divisão do estado completa 41 anos
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Sofrida pelos de cá e comemorada pelos de lá – que transformaram a data até mesmo em feriado estadual – a divisão de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul completa 41 anos no próximo dia 11 de outubro. Inicialmente tratada por muitos como uma verdadeira amputação territorial, hoje a separação já não dói mais, é vista como benéfica e lembrada apenas pela história de Mato Grosso.

Oficializada em 11 de outubro de 1977 pela Lei Complementar nº 31, sancionada pelo então presidente da República Ernesto Geisel, a divisão de Mato Grosso e criação de Mato Grosso do Sul virou um marco de independência da região Sul em relação à Cuiabá, capital de Mato Grosso. A lei, contudo, só entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979.

[featured_paragraph]Para a divisão, foram levados em consideração aspectos socioeconômicos, políticos e culturais. O Estado tinha 1,2 milhão de habitantes e 93 municípios, mas o Norte acabou ficando com apenas 598 mil pessoas e 38 cidades – que hoje se tornaram 141.[/featured_paragraph]

“Nesse instante, criava-se o caos em Cuiabá, que representava a essência do Estado. Muitos temiam o esvaziamento completo do Norte de Mato Grosso. De Diamantino para cima, na BR-163, não havia um único município. Sinop e Alta Floresta, por exemplo, eram projetos de colonização e Juína sequer existia. Aripuanã já era município, mas a prefeitura não funcionava lá e sim em Cuiabá, pois não havia condições. Naquele momento, o melhor desenvolvimento do Estado estava no vale do Araguaia, nas regiões de Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa e Canarana”, lembrou o jornalista Onofre Ribeiro, testemunha ocular da separação do estado, em entrevista ao LIVRE. Na época da divisão de Mato Grosso, ele trabalhava na secretaria de comunicação do Estado.

Em 1979, ponderou ele, Mato Grosso nascia como um Estado remanescente, numa imensa pobreza, cujas únicas proteções eram os recursos federais para custeio e investimento previstos na Lei Complementar, que logo cessaram devido à crise do petróleo de 1983.

“Mato Grosso achou o seu caminho sozinho. Esse mérito se deve aos investimentos públicos feitos em infraestrutura até por volta de 1986, ao empreendedorismo dos mato-grossenses e às imensas potencialidades do estado”.

Para Onofre Ribeiro, a separação, que poderia ter sufocado Mato Grosso, acabou produzindo um efeito oposto: foi muito boa para o Estado. “O que ficou mesmo de bom, aliás, de muito bom, foi o tanto que Mato Grosso deslanchou depois da separação da região Sul, cujo raio de influência ficava em Campo Grande, arquirrival e inimiga de Cuiabá. Hoje, falar nesse assunto só vale mesmo por conta da História de Mato Grosso”.

História de Mato Grosso

A divisão de Mato Grosso e a criação do Mato Grosso do Sul, embora mais traumática, não foi a primeira do Estado. Em 1943, Mato Grosso já havia sido separado, dando origem ao território de Guaporé – atual Estado de Rondônia.

 

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