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Haitiano sonha em trazer os filhos para Várzea Grande e pede ajuda

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Haitiano sonha em trazer os filhos para Várzea Grande e pede ajuda
Ednilson Aguiar/O livre

“Eu nasci na cidade de San Luís do Norte, no Haiti. Tenho 37 anos, moro aqui no Brasil há 2 anos e meio, tenho três filhos que estão lá no Haiti, duas meninas e um menino. Eu quero trazer eles, mas não tenho dinheiro para pagar a passagem, preciso de ajuda”, se apresenta Valcourt Elmika à reportagem.

Valdina Elmika, Nehemie Elmika e Marc Valdjino Elmika, de 16, 13 e 5 anos, vivem com a avó desde que o pai está no Brasil – com eles, Valcourt fala pelo WhatsApp do irmão, duas vezes por semana.

O haitiano é mais um imigrante que abriu mão da convivência para conquistar uma vida melhor para a família. Em sua terra natal, ele trabalhava com pedreiro e era casado, mas a ex-esposa partiu antes, sem dar mais notícias. “Ela conseguiu um visto para os Estados Unidos, me deixou com as crianças e depois nunca mais falou comigo. Isso foi há dez anos”, conta.

Sozinho, a grana foi ficando curta, conseguir emprego era cada vez mais difícil e através de amigos, ele chegou ao Brasil até chegar a Cuiabá e se instalar no Bairro Maracaju, em Várzea Grande.

“Eu tinha um amigo que morava no Brasil, e ele falou para mim vem para cá. Aqui tem bastante serviço. Lá no Haiti conseguir serviço é muito complicado. Aí cheguei em São Paulo e de lá fui para o Paraná ficar na casa dele. Lá eu conheci amiga cuiabana com quem eu me casei”.

Nesta empreitada, Valcourt já foi funcionário de frigoríficos e ajudante de pedreiro. Em Cuiabá, ele vive há seis meses com R$ 950 do seguro-desemprego (2.500 god na moeda do Haiti), renda que o mantém no país e paga a mensalidade escolar das duas filhas mais velhas – 2.300 god o ano de cada uma.

O plano é trazer primeiro a filha mais velha. Pergunto porquê e ele explica:

“La o colégio é pago. Tem de graça, mas é muito mais difícil conseguir vaga. Se eu trazer ela primeiro, ela pode estudar de graça aqui no Brasil e quando eu trazer os pequenos, ela pode me ajudar a cuidar. Se trazer o pequeno primeiro, ele vai estranhar de não ter uma irmã com ele”.

Por conta da maior oferta de serviços públicos e emprego no Brasil, o haitiano diz que não pretende voltar e quer reunir todos para viver no novo país. Enquanto isso, ele revive memórias afetuosas e diz sentir saudades de se reunir para comer em família.

“Tenho saudade de todo mundo lá, de comer junto com minhas crianças, fazer brincadeiras, pega-pega. Porque quando a gente sai para fora, não tem mãe, pai e ninguém para conversar, sair para tomar um suco, ir à igreja junto. Tenho saudades de pegar meu bebê no colo e brincar com ele, as crianças gostavam quando todo mundo comia junto, era bagunça na comida”, lembra.

Quem puder e tiver interesse em ajudá-lo pode entrar e contato com Valcourt pelo (65) 99284-7544.

Hoje ele vive em Cuiabá com a nova esposa e uma enteada (Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

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