Um haitiano em surto psicótico foi morto por um policial militar no início da tarde desta terça-feira (10) no Bairro Barreiro Branco, em Cuiabá. O imigrante, que há dois anos sofria com transtorno mental, estava em surto há dois dias.

Conforme informações de um amigo da família, a mulher do haitiano R. L., de 48 anos, foi até a delegacia para pedir ajuda – ela temia pela saúde do marido pois já havia até sido agredida no fim de semana – e, como a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não podia ir sem apoio policial, dois militares foram enviados para atender a ocorrência.

O haitiano, no entanto, estava fora de controle. Quando os policiais chegaram, segundo o amigo da família, que também é haitiano, havia uma faca em cima da mesa.

“A mulher dele me contou que um dos policiais pediram para que ele retirasse a faca de cima da mesa e foi quando ele a apontou para um deles”.

De acordo com boletim de ocorrência o policial entrou em luta corporal com o haitiano e foi ferido no rosto e cabeça. Em defesa do colega, o outro militar reagiu atirando várias vezes em direção ao imigrante.

De imediato o soldado foi atendido pelo Samu e o haitiano foi socorrido pela viatura até o Pronto Socorro Municipal. Segundo o boletim de ocorrência, no hospital foi constatada a morte do imigrante.

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O soldado foi sorrido e encaminhado ao Hospital Santa Rosa e não corre risco de morte. A Corregedoria da Polícia Militar vai acompanhar todos os desdobramentos e prometeu instaurar procedimento para apurar a conduta dos policiais.

“A polícia do Haiti faz assim: quando a pessoa tem problema mental, se tiver alguma coisa perto dele, tem que tirar, não falar para a pessoa tirar. A polícia tem que tirar. A pessoa que está sã, tem que tirar. Mas foi muito arriscada pois pediram para ele!”, desabafou o amigo do haitiano.

“Não é a primeira vez que ele fica mal assim. Há dois anos o médico havia receitado remédio controlado, mas ele parou de tomar e voltou a ficar assim”, lamentou.

A coordenadora da Pastoral do Imigrante, Eliana Vitaliano, disse que a vítima é uma pessoa que já teve surto psicótico e já esteve até recluso uma vez.

“Inclusive a Casa do Imigrante acompanhou. Depois ele teve alta. Tem a mulher dele, só que ela não está conseguindo falar agora. Eu estive no IML, mas o corpo não chegou lá. A informação que temos é que tem o corpo de um imigrante – que eles não sabem informar o motivo – no Pronto-Socorro”, disse Eliana.

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