Em 20 de junho de 2013, uma quinta-feira, manifestantes com faixas nas mãos e o rosto pintado tomaram as principais vias de Cuiabá para cobrar do Poder Público maior atenção às áreas de saúde, transporte, educação, segurança e combate à corrupção.
O protesto foi reflexo de jornada de protestos que se multiplicavam por todo o país. Um dos movimentos mais importantes em termos de adesão popular.
Tudo começou com uma reivindicação sobre a tarifa do transporte público que teve forte repressão policial, em São Paulo, mas no decorrer do mês, foi ganhando novas pautas – como a luta contra a corrupção: diferentes protagonistas como ativistas das redes sociais e black blocks surgiram neste cenário. O movimento ficou historicamente como Jornadas de Junho.
Para acabar com a série de protestos, a então presidente Dilma Rousseff (PT), chegou a anunciar medidas que o governo federal tomaria para atender as demandas da população. Além disso, o Congresso Nacional arquivou a chamada PEC 37 que limitava os poderes de investigação do Ministério Público, o Congresso também estabeleceu o voto aberto em votações de perda de mandato e nos estados e municípios houve a redução no valor das tarifas de ônibus.

Corrupção
Em Mato Grosso – em sintonia com outras cidades que seriam sede da Copa do Mundo, em 2014 -, tinham mais vulto as reivindicações que correspondiam ao desejo que se investigar possíveis desvios de recursos nas obras da Copa, cujas obras estavam em andamento.
Parte dos manifestantes foram até à porta da Assembleia Legislativa cobrar da Assembleia Legislativa, e foram recebidos pelo então presidente da casa, o deputado José Riva (à época, no PSD e hoje, sem partido). O parlamentar chegou a ser preso no no seguinte pela Operação Ararath e passou três dias atrás das grades da Polícia Federal, depois foi preso novamente em 2015 nas operações Ventrículo e Metástase.
Além de Riva, o então governador Silval Barbosa (então no PMDB, hoje sem partido) também foi alvo dos manifestantes. Silval foi preso nove meses depois que deixou o governo e delatou um monstruoso esquema de corrupção no Estado, envolvendo mais de R$ 1 bilhão, inclusive nas obras do VLT, alvo dos manifestantes.