Ednilson Aguiar/O Livre
O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) resolveu esfriar a campanha pela cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele decidiu interromper os pedidos de voto aos colegas, sob alegação de que a vaga ainda não foi efetivamente aberta, mas negou que tenha desistido da candidatura.
“Eu tenho meu nome colocado, mas só vou intensificar uma campanha quando houver a vaga”, disse. “Então, não vou sair pedindo voto agora. Estou trabalhando num rito de indicação do conselheiro. Esse rito nós esperamos que seja aprovado na Assembleia”, acrescentou.
Três na lista de Riva
O tucano foi um dos citados na lista do ex-deputado José Riva, que acusou 33 colegas de receberam uma propina mensal na Assembleia Legislativa. Maluf diz que isso não atrapalha sua candidatura e lembrou que os outros dois postulantes assumidos à cadeira também foram citados: José Domingos Fraga (PSD) e Sebastião Rezende (PSC).
“Eu não acredito que isso atrapalhe a indicação para o TCE, de forma alguma. Não podemos tomar a lista como verdade. E os outros dois deputados também apareceram na lista”, disse. “São acusações. Não são verdade”, declarou.
Guilherme Maluf responde ainda como réu na Operação Rêmora, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraudes em licitações em obras de escolas estaduais.
Diluição da culpa
O argumento de Maluf é que Riva estaria implicando os colegas para ser beneficiado nos processos a que responde. “Quando você atribui culpa a outras pessoas, você diminui sua pena, consegue vantagens judiciais. Esse modelo precisa ser revisto pela sociedade e pelos órgãos competentes”, disse.
O tucano criticou a confissão do ex-deputado depois de 20 anos comandando a Assembleia Legislativa e sendo alvo de processos.
“A Assembleia vem fazendo devoluções financeiras, fazendo parcerias com o Ministério Público, melhorando a transparência. A Assembleia está resgatando a sua imagem. Mas não posso impedir que ninguém faça denúncias. Estamos de portas abertas para a investigação”, declarou.
Conselheiros
Além de ter denunciado os três atuais candidatos ao TCE, Riva implicou quatro ex-deputados indicados pela Assembleia para o órgão. Dois deles ainda são conselheiros: Campos Neto e Sérgio Ricardo – este último afastado do cargo desde janeiro, acusado de comprar a cadeira.
Os outros dois já passaram pelo TCE, mas renunciaram à vaga de conselheiro: Alencar Soares, acusado de vender a cadeira para Sergio Ricardo, e Humberto Bosaipo, que passou mais de três anos afastado antes de renunciar, sob acusação de desviar dinheiro da Assembleia.
Apesar de Humberto Bosaipo ter renunciado ao cargo de conselheiro em dezembro de 2014, a vaga ainda não está disponível porque o Supremo Tribunal Federal (STF) travou a sucessão no mesmo mês. A expectativa é que a vaga seja liberada nos próximos meses, depois que os deputados adequarem as regras para a nomeação de auditores substitutos de conselheiro no cargo de conselheiro titular.
