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Guerra na Polícia Civil: Ana Feldner também denunciou Jarbas e esposa

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Guerra na Polícia Civil: Ana Feldner também denunciou Jarbas e esposa
Felder e Strigueta comandavam as investigações dos grampos ilegais em MT Foto: Ednilson Aguiar/O Livre

Ao que parece o Caso dos Grampos clandestinos operado no seio do Governo Taques causou uma profunda divisão na Polícia Judiciária Civil. De um lado, delegados envolvidos na investigação e, de outro, o ex-secretário de Segurança Rogers Jarbas e todos aqueles que defendem o governo.

No mesmo dia em que o delegado Flávio Stringueta registrou um boletim contra o ex-secretário de Segurança Rogers Jarbas, na quarta-feira (28), a delegada Ana Cristina Feldner também registrou um boletim contra o ex-secretário e a esposa dele, Samira Engel Domingues.

No boletim, a delegada afirmou que recebeu uma ligação de Stringueta dizendo que havia encontrado Rogers no supermercado Big Lar e que ele lhe teria feito ameaças.

Depois da ligação, Ana Cristina encontrou a esposa de Rogers Jarbas, Samira, no estacionamento do clube do condomínio em que os três moram, Residencial Cuiabá 2. Ao cruzar com Samira, a delegada disse que a mesma disse palavras de ameaça.

“E como a comunicante [Feldner] estava em alerta, em razão do delegado Flávio já tê-la informado das ameaças, há cerca de 10 minutos, a comunicante informa que pegou o celular para gravar as ameaças”, consta no boletim.

Nesse instante, segundo a delegada relatou, a esposa de Jarbas teria avançado nela para tentar pegar o celular, causando lesões nas mãos de Feldner.

Nesse momento, Rogers teria aparecido em um veículo de cor preta, parou ao lado da delegada Ana Cristina, abaixou o vidro do carro e gritou com ela, “em tom ameaçador”.

Ana Cristina disse que por causa dessa situação se sentiu intimidada e afirmou que a situação só foi encerrada depois que os seguranças do condomínio chegaram.

Feldner decidiu representar criminalmente tanto sobre as ameaças sofridas pessoalmente, quanto em relação às que teriam sido ditas ao delegado Flávio Stringueta.

O boletim foi registrado na Corregedoria da Polícia Civil, assim como o de Stringueta.

Versão de Jarbas

Porém, antes mesmo de Feldner ter registrado a ocorrência (ela registrou às 18h30), às 17h31, Rogers Jarbas compareceu à Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá e também registrou um boletim.

Jarbas relatou que, ao chegar em sua casa na quarta-feira (28), soube por sua esposa que a delegada Ana Cristina Feldner havia dito – durante uma gravação em seu celular que o ex-secretário chamou de abusiva – que ele tinha ameaçado o delegado Flávio Stringueta em um mercado.

O ex-secretário negou que o caso tenha acontecido e disse que saber dessa acusação o deixou preocupado e, por isso, ele resolveu registrar o fato na delegacia.

Conforme o boletim registrado por Jarbas, ele teria encontrado com Stringueta no Big Lar do Jardim das Américas, enquanto passava suas compras e que Flávio o cumprimentou com um sorriso e gesto de cabeça.

Na sequência, depois de realizar o pagamento, se dirigiu ao estacionamento do mercado, encontrou-se novamente com Flávio Stringueta e perguntou se poderia conversar com ele por alguns minutos, e que ele aceitou.

“Relata que indagou a Flávio o motivo do uso de mentiras para o incriminar e que prender alguém baseado em mentiras era um ato covarde. Flávio lhe respondeu que não conversaria sobre isso e que o que tinha a dizer já estava registrado em autos”, consta no boletim.

Jarbas então teria dito a Stringueta que seus filhos e família haviam sofrido muito por conta das supostas mentiras que foram construídas e que buscaria os meios jurídicos possíveis para responsabilizar quem tivesse agido de má-fé e feito uso de mentiras para produzir fatos que ele diz não existirem.

Segundo Rogers, o delegado Stringueta disse que “estava ansioso e esperando para responder processualmente por isso” e Jarbas respondeu que o delegado deveria “avaliar espiritualmente tudo que havia feito”.

Nesse momento, conforme o relato de Jarbas, Flávio Stringueta desceu de sua moto com capacete na cabeça, abriu os braços e disse: “Não quer acertar agora comigo?”.

Essa cena foi registrada pelas câmeras de segurança do supermercado. As imagens, divulgadas pela TV Centro América, foram divulgadas há pouco, veja:

YouTube video

Jarbas afirmou ter dito a Stringueta que não tinha nada para acertar com ele pessoalmente e que o assunto seria tratado na Justiça. Contrariou, assim, a versão do delegado Stringueta, que afirmou que Rogers teria falado para marcarem e resolverem a situação “de homem para homem”, como um chamado para entrar em luta corporal.

Flávio teria então sentado novamente em sua moto e dito que estava esperando as medidas judiciais contra ele.

“Afirmou também ‘você ficou pouco tempo preso, deveria ter ficado mais, você será mandado embora e não voltará mais para a polícia, pois é um doente. E não me preocupo, porque nada irá acontecer comigo e com os demais que trabalharam neste caso’”, contou Jarbas, no registro do boletim.

Em seguida, Stringueta teria ligado a moto e ido embora. Rogers disse que esteve calmo durante toda conversa com Flávio, falando de forma respeitosa e afirmou que o delegado também estava calmo.

Ele afirmou que só registrou o boletim para se resguardar e que o diálogo foi presenciado por uma funcionária do mercado, que o ajudava a carregar suas compras até seu veículo.

Os três relatos deverão ser investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.

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