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Grupo JPupin aprova plano de recuperação que prevê desmobilização de áreas

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Grupo JPupin aprova plano de recuperação que prevê desmobilização de áreas
Foto: Assessoria

Após três anos de trabalho, o Grupo JPupin conseguiu a aprovação, em assembleia de credores, do plano de recuperação judicial, incluindo o empresário rural José Pupin, um dos maiores produtores de algodão do país, e agora tem como desafio honrar o pagamento aos credores e parceiros estratégicos. O plano foi aprovado dia 21 de junho, em assembleia com 90% dos votos favoráveis. O processo corre no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), na comarca de Campo Verde.

De acordo com o plano de recuperação, o grupo tem o prazo de 20 anos para quitar uma dívida total de R$ 1,3 bilhão. Hoje com aproximadamente 130 mil hectares de área, o grupo, autorizou a desmobilização de 50% de suas fazendas, visando acelerar a quitação das dívidas.

O trabalho foi coordenado pelo CEO do Grupo, Marcio Felix Rosa, que conseguiu aprovar o plano, incluindo as pessoas físicas dos sócios. “Nosso intuito está para além de nos manter. Estamos voltando dois passos com a venda de metade de nossas fazendas porque nossa prioridade é honrar com os compromissos antes do prazo de 20 anos, e mostrar nosso compromisso com os credores, inclusive com aqueles que não tem garantias. Liquidando este valor e agindo de forma correta, temos certeza que voltaremos a crescermos”, explica Rosa.

Segundo o CEO, a prioridade do grupo é produzir mais e com maior eficiência, além de reduzir custos e cumprir com o plano de recuperação. “Não somente a justiça, mas nossos parceiros, aqueles que acreditam na seriedade e trabalho do Grupo, nos deram um voto de confiança e vamos honrar esse compromisso. Agora vamos trabalhar com a segurança jurídica de que podemos dar continuidade no nosso negócio”, afirma.

Para garantir o cumprimento de seus compromissos financeiros, o JPupin promoveu uma ampla reestruturação interna, com foco na profissionalização da gestão e na geração de lucros, trabalhando para manter um bom clima organizacional.  Embora fosse um dos maiores produtores de algodão do país, até seu pedido de recuperação, o JPupin era basicamente uma empresa com gestão familiar.

Para Marcio Felix, este processo trouxe uma nova forma de atuar. “A gestão mudou completamente, hoje o JPupin poder ser considerada uma empresa sólida, que mesmo enfrentando o processo de RJ, não parou de plantar, gerar emprego, jamais atrasou um dia de salário e hoje consegue obter lucros que há muito não conseguia”, afirmou.

Hoje o grupo conta com credores estratégicos como as empresas Cargil, Bayer, Piran Participações, Nidera, Dupont, SuperBAC, Girassol Sementes e Iterun Fertilizante. “A grande maioria dos nossos credores são de Mato Grosso, o que aumenta ainda mais a preocupação em quitar nossas dívidas. Aqueles que não tem garantias somam quase R$ 150 milhões em dívidas, por isso é necessária a desmobilização visando antecipar este compromisso. São mais que parceiros, são fornecedores estratégicos que acreditaram em nosso compromisso, apoiam o grupo e estão conosco visando uma produtividade maior, mais segura e eficiente para o fornecimento de insumos, fertilizantes, defensivos, entre outros”, frisa.

Até o primeiro pedido de recuperação em 2016, o grupo vinha atuando com um prejuízo de 10% ao ano, fato que era conhecido pelos bancos credores, que ignoraram as analises de risco e continuaram fazendo altos empréstimos a empresa, devido as garantias existentes a partir das áreas agrícolas de propriedade do grupo. Hoje a empresa já trabalha com uma margem de lucro de 14% com projeção de 20% a partir da safra 19/20.

De acordo com o plano, o pagamento das dívidas deve ocorrer a partir de 2021, priorizando o pagamento de credores que possuem garantias. As antecipações devem ocorrer assim que forem iniciadas as desmobilizações. No grupo, a previsão é que ocorram no prazo máximo de um ano.

O plano de recuperação do grupo JPupin foi aprovado por 90% dos credores, destacando 100% de aprovação das classes 1 e 4, de micro e pequenas empresas e trabalhistas. “Foi uma aprovação diferenciada, que mostra a qualidade do trabalho que fazemos ao longo dos anos, nosso comprometimento e transparência, mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos, como o impacto da seca severa que atingiu todas as fazendas do grupo nas sagras 15/16, com quebra de mais de 50% na produtividade, o aumento de mais de 25% nos custos de insumos para plantio e zero de aumento no valor das comodities (soja, milho e algodão)”, frisa.

O plano garante ainda ao grupo a carência de juros sobre a dívida no prazo de dois anos e carência de principal no prazo de três anos. Durante todo o prazo de recuperação judicial, não poderá haver distribuição de dividendos aos acionistas do grupo, apenas retiradas mensais de forma a garantir a operacionalização da empresa e o pagamento da dívida.

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