Secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo prevê que o cenário da pandemia do novo coronavírus deve se estender até novembro em Mato Grosso e ainda passar por agravamento nos próximos meses, causado por fatores ambiental e sociais.
O início do período das queimadas, a eleição municipal e o eventual retorno das aulas presenciais tendem a aumentar o índice de contágio. A avaliação foi feita durante a entrevista coletiva online desta terça-feira (14).
A estimativa de mais quatro meses com registros da covid-19 foi feita com base na análise de dados dos municípios. De acordo com Gilberto, as cidades entraram na pandemia em momentos diferentes e o mesmo deve ocorrer no caso da saída.
“Se pensarmos que o contágio pode ser até 10 vezes maior que os registros oficiais, Mato Grosso está próximo da infecção de 300 mil pessoas, cerca de 16% da população. É um número muito baixo para dizer que outras pessoas não serão mais infectadas”, disse.
Segundo o secretário, as queimadas vão piorar a qualidade do ar e gerar mais casos de distúrbios respiratórios. No cenário da pandemia, esse fator extra deve aumentar a demanda por internações em enfermaria e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Volta às aulas e eleição
Gilberto Figueiredo afirmou que, apesar de haver baixo registro de contágio entre crianças, elas continuam sendo agente de transmissão. A convivência nas escolas, portanto, poderia levar a formação de focos de contaminação nesses locais.
“Se não me engano, no Brasil, cerca de 300 [crianças] vieram a óbito, no universo de 74 mil [mortes], então, elas são pouco afetadas com contágio. Mas continuam sendo agentes transmissoras do vírus. Então, na volta às aulas presenciais, elas vão para a escola, podem pegar o vírus lá e levar para casa, onde estão os adultos e idosos, principalmente os com comorbidades”, afirmou.
Ele disse que o início da campanha eleitoral e o dia votação também devem aumentar os casos da covid-19 no Brasil. O contato físico e a aglomeração de pessoas foram apontados como fatores de pouco controle.
“Cada escolha gera uma consequência. O modo como se faz campanha política é de contato com as pessoas, a ida ao colégio eleitoral para votar também gera aglomeração de pessoas. Então, não podemos imaginar que isso terá resultado”, pontuou.