Terminou sem acordo a reunião em que o governo de Mato Grosso e o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública (Sintep) debateram os motivos da greve da categoria que teve início na segunda-feira (27).
No encontro, realizado no Palácio Alencastro na manhã desta sexta-feira (31), o único encaminhamento feito foi por uma nova reunião, prevista para a próxima terça-feira (4). Na oportunidade, o governo deve apresentar uma nova proposta para os servidores.
O governador Mauro Mendes (DEM) já adiantou, no entanto, que o Estado não tem a condições de cumprir a Lei Complementar 510/2013, que eleva o salário dos professores da rede estadual em 7,69% neste ano.
Apesar disso, Mauro Mendes disse que houve um avanço, já que governo e o sindicato conseguiram sentar e debater o problema. O democrata também destacou que, embora o Estado não tenha condições para fazer o pagamento agora, isso não significa o fim da política de dobra do poder de compra dos profissionais da educação.
Cheque sem fundo
Em entrevista logo após o fim da reunião com os grevistas, o governador voltou a afirmar que o governo “não tem dinheiro para arcar com essa nova despesa”.
“Dar um aumento hoje seria o mesmo que emitir um cheque sem fundo. Eu daria o aumento e nós não teríamos dinheiro para pagar. Iríamos causar mais atraso de salário”, exemplificou o democrata, em referência à estratégia adotada pelo governo desde o início do ano de pagar os salários de forma parcelada ao longo do mês.
Mauro Mendes lembrou ainda que três leis impedem o governo de conceder aumentos salariais. São elas, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, criada pela sua própria gestão, em janeiro, e a PEC do Teto de Gastos, aprovada no governo Pedro Taques (PSDB).
“Nós mostramos isso a eles. Explicamos que não é uma questão de o Estado querer ou não querer, ter ou não vontade”, completou o governador, antecipando que o governo não tem condições sequer de apresentar outra proposta para o sindicato.
Corte de ponto
Entre as questões que o Sintep levou ao governo do Estado, segundo o presidente do sindicato, Valdeir Pereira, está a ameaça de que os profissionais em greve terão descontados de seus salários os dias não trabalhados. Para a categoria, a medida é “anti-sindical” e traz ainda mais insatisfação. “É apagar fogo jogando gasolina”, reclamou.
Na avaliação de Valdeir Pereira, o debate com o governador foi “interessante”, mas agora precisa ser traduzido em propostas. Conforme o presidente, se elas não chegarem, a greve será mantida por tempo indeterminado. “Estamos aguardando até a terça-feira”, destacou.
(Atualizada às 12h03)