Mato Grosso

Governo admite demitir servidores efetivos para se enquadrar na LRF

3 minutos de leitura
Governo admite demitir servidores efetivos para se enquadrar na LRF
Tchélo Figueiredo/Secom-mt

O secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, declarou que o governo pode demitir servidores que ainda estão em estágio probatório para se adequar aos limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A declaração foi dada nesta terça-feira (21), durante apresentação dos dados do primeiro quadrimestre das contas do Estado.

O “aviso” do Governo Mendes foi feito um dia depois dos servidores da educação aprovarem uma greve geral a partir da próxima segunda-feira (27). A categoria alega ser contra a reforma da Previdência e cobra aumento de 7,69% no salário. Na ocasião, o secretário de Fazenda rebateu a afirmação dos profissionais da educação e disse que o Estado não tem condições de dar qualquer aumento neste momento.

Segundo ele, o Estado já reduziu os 3 mil cargos comissionados e os contratos na educação e mesmo assim não conseguiu diminuir o gasto com pessoal por conta das progressões de carreira dos servidores. Então, depois de cortar os cargos, o governo poderá avançar para os cortes dos servidores ainda não estáveis. “É o que a lei determina, não o que o governo deseja”, disse.

Ainda conforme o secretário, o Estado já estourou em R$ 1 bilhão o gasto com pessoal. Gallo diz que da receita do Estado, 58% vai para pagar os servidores do Executivo, quando o máximo deveria ser de 49%. “Nosso trabalho é para melhorarmos a receita e reduzirmos as despesas, até chegarmos ao percentual que a lei manda, que é de 49%”, disse.

Gallo destaca que a situação do Estado se agravou ainda mais pela falta do repasse de R$ 200 milhões da União. O secretário observa que a partir de abril houve um desaquecimento da economia em Mato Grosso, seguindo a tendência nacional, já que a União deve rever para baixo o crescimento da economia nacional. “Arrecadamos em termos reais menos do que a arrecadação de abril do ano passado”, alegou.

Finanças do Estado

Segundo Gallo, o PIB teve um crescimento de 2,5% abaixo do esperado para o período e a receita prevista para o primeiro quadrimestre de 2019 era de R$ 5,933 bilhões e ficou em R$ 5,926 (-0,1% do previsto). A maior queda de receita do Estado foi na transferência da União para a saúde. Mato Grosso esperava arrecadar da R$ 250 milhões nos quatros primeiros meses do ano para a saúde, no entanto, acabou recebendo R$ 68,1 milhões.

A maior despesa do Estado continua sendo com pessoal R$ 3,5 bilhões, seguida de juros e encargos da dívida que somaram R$ 157,1 milhões.

Juntando todos os Poderes, o Estado gasta 75% do que arrecada com pessoal, 12% em outras despesas correntes, 9% em serviços da dívida e menos de 1% em investimento.   

Dados foram repassado em audiência pública nesta terça na Assembleia Legislativa.

LEIA MAIS

“Esse sacrifício não será feito na Saúde”, diz secretário sobre redução de despesas

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes