Apesar de garantir, em reuniões partidárias, que será candidato à reeleição, o governador Pedro Taques (PSDB) disse, em entrevista, que aguarda a construção de viabilidade política para definir sobre sua candidatura. A viabilidade, segundo ele, passa pelo desejo dos partidos em apoiar sua reeleição e a aprovação dos eleitores.
“[O que falta para] decidir é a viabilidade política disso”, afirmou Taques, nesta quinta-feira (28), depois de lançar a consulta pública para conceder a rodoviária de Cuiabá para a iniciativa privada. “Os partidos políticos desejarem uma reeleição”, explicou. “E o cidadão entender que fizemos um governo para o mais simples, para o mais humilde, para o que mais precisa”, completou.
Eleito governador nas eleições de 2014 com uma coligação formada por 13 partidos, o tucano relativizou a importância de grande arco de alianças para a provável campanha pela reeleição. “Uma aliança… muitas vezes o que é mais pode ser menos. O que é menos pode ser mais”, comentou.
Em 2014, ele foi apoiado pelo PDT, PP, DEM, PSDB, PSB, PPS, PV, PTB, PSDC, PSC, PRP, PSL e PRB. Neste ano, até o momento, sete siglas já declararam apoio e têm participado dos eventos da pré-campanha: PSDB, SD, PPS, PSB, PRTB, Patriota e Avante.
Ele informou que as tratativas com outros partidos para formação da aliança estão sendo conduzidas pelo presidente estadual do PSDB, Paulo Borges, e pelos deputados estaduais Wilson Santos (PSDB) e Max Russi (PSB), ambos ex-secretários do seu governo.
Dissidentes
Taques não demonstrou esperanças de trazer o DEM de volta para a coligação, depois do anúncio da pré-candidatura ao governo do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes. “Ao que consta, o DEM tem candidato, né”, observou.
Por outro lado, o tucano ainda aposta no retorno do PSD. A sigla está dividida entre os três pré-candidatos a governo: Taques, Mendes e o senador Wellington Fagundes (PR). “Carlos Avalone (presidente do PSDB em Cuiabá) tem conversado com o PSD. Dos deputados do PSD, um não vai à reeleição e quatro serão candidatos. Os quatro apoiam nosso governo”, lembrou.
O governador elogiou o empresário e produtor rural Roberto Dorner (PSD), mas evitou confirmar a sondagem para que ele fosse seu candidato a vice. O cargo está vago desde a renúncia de Carlos Fávaro (PSD). “Dorner é um grande nome. Era para ser candidato a deputado federal. É um empresário de vários setores, um grande nome para contribuir com Mato Grosso”, declarou.
Antes de Dorner, o tucano já sondou o deputado federal Adilton Sachetti (PRB) e o ex-ministro da Agricultura Neri Geller (PP) para compor sua chapa – todos ligados ao agronegócio, assim como o ex-vice.
Políticos x população
Pedro Taques disse que vê, em parte da classe política, que não há desejo que ele seja reeleito. “Porque tem alguns políticos que não gostam de mim, mesmo. Isso é fato”. Por outro lado, ele disse que vê essa vontade na população.
“Onde eu tenho ido, chegado, o carinho é muito grande. Essa lenda de que servidor público não está apoiando nosso governo já é lenda, viu”, declarou.
Segundo colocado na maioria das pesquisas divulgadas, atrás de Mauro Mendes, ele disse que elas mostram apenas uma fotografia do momento atual, em que a população ainda não está interessada nas eleições.
“Eu respeito as pesquisas. Mas pesquisa é uma fotografia deste momento, em que o cidadão não quer saber de política. Estou inaugurando obra, fazendo vistorias, continuando a administrar o Estado normalmente”, disse.