O candidato a senador Gilberto Lopes (Psol-MT) comparou os grandes empresários do agronegócio aos grandes traficantes, pelo poderio econômico que possuem. Durante sabatina realizada pelo LIVRE nesta segunda-feira (27), ele afirmou que, para acabar com o crime organizado, é preciso reduzir o poder financeiro desses grupos.
“[A proposta para combater o crime organizado] é combater o poderio econômico deles. Eles têm muito dinheiro. O crime organizado não tem muita diferença dos barões do agronegócio. É o poderio econômico. Temos que tirar o poderio econômico dos narcotraficantes, porque eles têm muito dinheiro”, afirmou.
Gilberto Lopes disse ainda que os senadores eleitos pelo Estado trabalham pelos interesses do agro. “Todos os senadores eleitos em Mato Grosso a partir da redemocratização, desde Roberto Campos até Wellington Fagundes (PR), são segmentados do agronegócio, representam a classe dominante, a elite. Não que eles não possam ser ricos, mas eles representam o interesse deles. Temos que representar o povo de todas as camadas sociais”, disse.
Impostos para o agro
O carro-chefe da sua campanha ao Senado é a revisão da Lei Kandir, que isenta de impostos os produtos primários e semielaborados destinados à exportação, o que representa a maior parte da produção mato-grossense. “Não sou anti-agro. Mas gostaria muito que o agro contribuísse de outra forma para Mato Grosso. Eles não pagam impostos. Queremos que o agro continue, mas pagando impostos”, disse.
O candidato comparou a isenção de impostos do agronegócio com a quantidade de impostos pagos pelo cidadão comum. “O agronegócio tira, todos os anos, R$ 40 bilhões só em grãos, o que dá dois orçamentos do Estado, sem falar na exportação das carnes. E só 1% disso retorna por meio do FEX. Temos impressão que o Estado é rico, e um celeiro, mas tiram toda a riqueza e devolvem só a pobreza”, completou. “A classe trabalhadora paga de 27% a 47% de imposto. A reforma tributária é fundamental. Revisão da Lei Kandir tem que ser urgente”, disse.
Gilberto Lopes ainda acusou os adversários representantes do agro de comprarem votos de forma generalizada, mas não quis citar nomes. Ele afirmou que todas as chapas estão comprometidas com o setor, para garantir a continuidade da desoneração. “Os grandes empresários, quando entram na política, vão trabalhar em interesse próprio”, disse.
O candidato criticou os três últimos governadores do Estado e afirmou que apenas o Psol é oposição de verdade e tem candidaturas alternativas. “Os três são piores. Porque Blairo [Maggi] pagou seus próprios impostos, tinha uma dívida gigantesca de R$ 400 milhões, quitada por meio de incentivo discal. Silval [Barbosa] nem precisa falar, foi preso. [Pedro] Taques teve sete secretários presos, a Operação Rêmora. Por isso o PSOL é a alternativa. Nós somos a única oposição a esse Estado que está aí. O resto está tudo junto e misturado”, afirmou.
Desespero na campanha da juíza Selma
Gilberto Lopes classificou de “desespero” a declaração da concorrente Selma Arruda (PSL), que chegou a pedir votos para o outro candidato do Psol ao Senado, Procurador Mauro, ao ser questionada se temia perder votos para ele, durante a sabatina do LIVRE.
“É o ponto do desespero que chegou às outras campanhas e faz com que peçam voto em nome do procurador, porque ele vai ser o mais votado e, consequentemente, vai transferir votos para o outro candidato do PSOL, que sou eu. Estão até rompendo. Ela teria que pedir voto para o candidato dela, que é o Nilson Leitão (PSDB). Acho que é falta de coerência”, disparou.
Na sabatina, ele falou ainda de outras propostas da campanha, respondeu sobre temas polêmicos e criticou duramente a corrupção, entre outros assuntos.
Confira a sabatina na íntegra:
Sabatina LIVRE
Conduzidas pelo diretor do LIVRE, Guilherme Waltenberg, e pelo repórter Victor Cabral, as entrevistas são realizadas com os candidatos ao Governo do Estado e ao Senado por Mato Grosso e transmitidas ao vivo pelo Facebook. Cada live tem duração de 30 minutos.
Confira as entrevistas já realizadas:
SENADO
Arthur Nogueira estreia sabatina dos candidatos no LIVRE
Em sabatina, Fávaro diz que Taques deixa o governo pior do que recebeu de Silval
GOVERNO
Moisés Franz crítica político que pede mais quatro anos para cumprir o que prometeu
Confira a agenda das próximas sabatinas:
GOVERNO
Pedro Taques (PSDB) – 29 de agosto, às 15h
Wellington Fagundes (PR) – 5 de setembro, às 17h
Mauro Mendes (DEM) – 12 de setembro, às 15h
SENADO
Maria Lucia (PCdoB) – 30 de agosto, às 15h
Sebastião Carlos Gomes (Rede) – 3 de setembro, às 15h
Procurador Mauro (Psol) – 6 de setembro, às 15h
Aladir Leite Albuquerque (PPL) – 10 de setembro, às 15h
Waldir Caldas Rodrigues (Novo) – 13 de setembro, às 15h
Nilson Leitão (PSDB) – 20 de setembro, às 15h
*O candidato Jayme Campos (DEM) ainda não confirmou presença na sabatina do LIVRE