Réu confesso, o gerente de fazenda José Bonfim Alves de Santana foi condenado pelo Tribunal do Júri de Vila Rica (1.260 km de Cuiabá) a 48 anos de prisão.
Ele foi o autor do duplo homicídio, triplamente qualificado, dos procuradores de Justiça Saint’Clair Martins Souto, de 78 anos, e Saint’Clair Diniz Martins Souto. Pai e filho, eles foram mortos em setembro de 2016.
Conforme o Ministério Público de Mato Grosso, os procuradores eram os proprietários da fazenda que José Bonfim gerenciava e desconfiavam de que ele roubava gado do local.
Trabalhando há oito anos na propriedade, José Bonfim teria causado um prejuízo milionário à família. Por conta da desconfiança dos patrões, ele os teria matado.
Depois do crime, o assassino ocultou os cadáveres e fugiu para o Tocantins.
O julgamento
O julgamento foi realizado nessa terça-feira (6). As esposa das vítimas atuaram como assistente de acusação no júri popular.
Devido a repercussão do caso, um forte esquema de segurança foi montado no Fórum de Vila Rica. O juiz Ivan Lúcio Amarante limitou o acesso à sala de audiência para 60 pessoas. Os interessados em assistir tiveram que se inscrever previamente.
Ao todo, o júri durou cerca de 14 horas. Jurados consideraram que as vítimas não influenciaram a prática delitiva do acusado e que o crime aconteceu por motivo torpe. Destacaram, contudo, que José Bonfim não tem antecedentes nem registro de outras “condutas desviadas”.
Apesar de o réu ter confessado espontaneamente o crime, os jurados também consideraram uma fraude em um carro usado como elemento de prova no processo. O objetivo seria induzir a Justiça ao erro. Por isso, ele teve a pena aumentada.
Ao final, José Bonfim foi condenado a 47 anos e três meses de prisão e um ano e seis meses de detenção. Ele ainda deve pagar 60 dias-multa. A pena deve ser cumprida em regime inicialmente fechado.