Ednilson Aguiar/O Livre
Presos na Operação Convescote foram levados para a sede do Gaeco
O Gaeco deflagrou operação na manhã desta terça-feira (20) para desarticular um esquema de desvio de dinheiro dos cofres da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por meio de uma fundação ligada à Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso). Mais de 100 agentes participam da operação, batizada como Convescote.
Entre os alvos da operação, estão servidores do TCE e do Poder Judiciário, funcionários da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) e empresários. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede da fundação, no 19º andar do Edifício Maruanã, na avenida do CPA.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva em Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres, além de 16 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva, todos expedidos pela Vara Especializada do Crime Organizado da Capital. “Além do crime de constituição de organização criminosa, também há indicativos da prática de peculato, lavagem de capitais e corrupção ativa”, afirmou o Ministério Público, em nota à imprensa. Não há confirmação sobre o número de mandados de prisão cumpridos, mas pelos pelo menos três pessoas foram conduzidas ao Gaeco para prestar depoimento.
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Preso na Operação Convescote
Presos
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Mato Grosso (Sindojus), Éder Gomes de Moura, foi preso preventivamente na operação. Em nota, o sindicato informou que “foi pego de surpresa com a prisão” do presidente e que “não compactua com nenhum ato ilícito”.
“A assessoria jurídica do Sindojus/MT está acompanhando o caso -, e tão logo tenha informações concretas e se confirmado o envolvimento do presidente, a diretoria não hesitará em tomar todas as medidas cabíveis e legais, a fim de preservar o Sindicato bem como seus representados”, diz trecho da nota, acrescentando ainda que “cada um deve responder pelos seus atos”.
A polícia fez buscas na casa do ex-vereador de Várzea Grande Paulinho Brother e prendeu a mulher dele, Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, funcionária do TCE. Na decisão que decretou a prisão preventiva de Karinny, a juíza Selma Arruda afirma que há indícios de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
“A maioria dos envolvidos tem como atividade principal a prática de crimes contra a administração pública, não se tratando de crimes praticados eventualmente e sim, ao que tudo indica, de crimes praticados reiteradamente, com habitualidade”, escreveu a magistrada, no decreto de prisão.
Não havia mandado de prisão contra Paulinho, mas ele acabou preso porque a polícia encontrou um revólver 38 durante as buscas na residência do casal. Segundo a defesa de Paulinho, a arma ficava guardada apenas para defesa pessoal.
TCE
Em nota, o Tribunal de Contas negou que seu convênio com a Faespe seja alvo da investigação do Gaeco, contradizendo a nota divulgada pela assessoria do Ministério Público.
“Nota de Esclarecimento do TCE-MT
O Tribunal de Contas de Mato Grosso esclarece que a Operação Convescote, deflagada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado – Gaeco, nesta terça-feira (20/06), não guarda relação com a gestão da instituição, pois, conforme já divulgado, trata-se de apuração de convênio celebrado entre a Faespe e outro ente público.
Antecipa que não fará prejulgamento em relação ao envolvimento de servidores na investigação em curso, porquanto entende como natural e próprio da democracia a apuração de denúncias por parte dos órgãos de controle e da esfera judicial.
Observa, por outro lado, que a instituição Tribunal de Contas está acima de qualquer eventual desvio de conduta praticado por seus membros ou seus servidores, devendo, cada um, responder por seus atos.
Secretaria de Comunicação do TCE-MT”
O LIVRE procurou a assessoria de imprensa do MPE, que manteve a versão contida na nota oficial.
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