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Fundação diz que Estado alega questões políticas para não pagar dívida

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Fundação diz que Estado alega questões políticas para não pagar dívida

Divulgação

Hospital Regional de Sinop

Regional de Sinop: atraso de repasses do Estado chegaria a R$ 28 milhões

A Fundação de Saúde Comunitária, que administrou o Hospital Regional de Sinop (500 km de Cuiabá) até novembro do ano passado, afirma que o Governo do Estado tem com ela uma dívida de R$ 28 milhões e que seus diretores nunca foram procurados pelo secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares, para tratar sobre o tema.

Em nota enviada para a imprensa na tarde dessa quinta-feira (04), a Fundação rebateu os comentários feitos pelo secretário, durante entrevista à Rádio Capital FM nesta semana. Ao veículo, Soares disse que um dos motivos da briga entre o governador Pedro Taques e o deputado federal Nilson Leitão – ambos do PSDB – teria sido as cobranças do deputado em relação ao pagamento das dívidas do Estado com a Fundação.

A Fundação afirma que o Estado alega questões políticas para atrasar pagamentos e vê com naturalidade o fato de buscar apoio de autoridades políticas para solucionar problemas que envolvem a saúde pública de Sinop e região, mas nega que tenha envolvimento com políticos.

“Buscamos a Prefeitura, pois sabíamos que esse problema poderia estrangular a UPA do município, como está acontecendo. Buscamos, também, intervenção de deputados estaduais e, é claro, do Leitão por ser, à época, da base aliada do governador, por ser filho de Sinop e ter sido prefeito por oito anos, o que o credencia para conhecer com propriedade o problema da falta de repasse para manter a saúde em funcionamento”, diz trecho da nota.

Na entrevista, por sua vez, Soares afirma que é a Fundação quem deve o governo – o que também foi rebatido em nota. “Se tem alguém que deve é o Governo para a Fundação e não ao contrário. O Governo tem, inclusive, uma dívida moral e ética com os antigos colaboradores do Hospital Regional de Sinop pois, enquanto esteve como interventor da unidade hospitalar, deixou de recolher o FGTS de 495 pais de família. São 495 calotes praticados por vários meses seguidos”, diz outro trecho do documento.

Segundo o conselho da Fundação, o embate para receber os recursos devidos passou a ser judicial. “Não há mais deputados pedindo para que o Governo olhe com carinho para a saúde pública de Sinop. Agora há o juiz pedindo bloqueio de contas e dando liminar favorável ao pagamento”, diz a nota, fazendo referência à decisão do juiz da 6ª Vara Civil da Fazenda Pública de Sinop, Mirko Vicenzo Goannotte, que pediu o bloqueio de bens das contas do Estado no valor de R$ 13 milhões – dos R$ 28,7 milhões devidos – para garantir o pagamento dos servidores do Hospital Regional de Sinop (HRS), em 14 de dezembro de 2017.

O conselho da Fundação aponta ainda manipulação dos dados e diz que as falsas acusações do secretário de Saúde terão que ser provadas judicialmente, haja vista o ofício encaminhado pela própria SES pedindo a redução de metas por parte da Fundação, ainda no ano de 2016.

“Nós temos ofício assinado pelo secretário de Estado de Saúde, em novembro de 2016, nos ditando que os atendimentos de urgência e emergência deveriam ser mantidos apenas para pacientes encaminhados da UPA, do Corpo de Bombeiros e da Rota do Oeste”, afirma nota.

Por fim, a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop lembra que o “abandono do Estado com a saúde pública” afetou, não só o Hospital Regional de Sinop, como o de Colíder, Sorriso e o de Rondonópolis, o que teria causado a suspensão dos serviços de oncologia e obstetrícia realizados, através do SUS, pelo Hospital Santo Antônio de Sinop.

Segundo dados da Fundação, foram pelo menos seis partos diários e 200 mensais que, por um momento, ficaram desassistidos. Quanto à possibilidade de paralisação, a Fundação alega que o motivo seria o não pagamento de seis meses de repasses. O último pagamento teria sido realizado em junho de 2017.

Assessoria HSA

Ofício ses sinop

Ofício assinado pelo secretário de Estado de Saúde, em novembro de 2016, sobre os atendimentos de urgência e emergência

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